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Citricultor paga para trabalhar
22 de outubro | 2007
O cultivo da laranja para a indústria já não é um bom negócio para o produtor Gerpson Frank Marchini, de Tabatinga. Na citricultura desde 1978, o citricultor encerra o ano com um déficit de R$ 2.038,33.
Com 3500 pés de laranja (6.130 caixas de 40,8 kg), Gerpson não consegue ganhar sequer o suficiente para pagar seus custos de produção. “Tenho um contrato com a Coimbra de US$ 3,50 que, convertidos na moeda nacional equivale a R$ 6,30. No total, minhas laranjas me renderam R$ 38.619,00. Meus gastos com insumos, óleo diesel, frete e colheita foram de R$ 31.657,33 e, em abril, precisei receber um adiantamento de R$ 9 mil para quitar dívidas de 2006. Conclusão: meus custos (R$ 31.657,33) + o adiantamento (R$ 9 mil) totalizam R$ 40.657,33, ou seja, tenho uma despesa de R$ 2.038,33 maior que minha receita, isto sem contar a depreciação do capital e outros custos mais”, informa Gerpson.
A permanência na citricultura deve-se ao dinheiro que o produtor retira de outra atividade. “Preciso tirar dinheiro da minha granja para cobrir os gastos da laranja. Não sei até quando irei agüentar. Este ano já vendi um trator para quitar parte das dívidas com o banco”, lamenta Gerpson.
Se a indústria não promover reajustes, Gerpson não terá como continuar na citricultura e se juntará aos mais de 20 mil produtores que já foram expulsos do setor. “Não quero ser obrigado a abandonar a laranja. Os preços da fruta no mercado são muito mais atraentes do que os da indústria por isso, nestas condições, só me resta dar outros destinos para minha fruta”, finaliza Gerpson.