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Citricultores renegociam contratos com a indústria

08 de novembro | 2010

A maioria dos acordos foi fechado em real por causa da queda do dólar

Os produtores de laranja estão renegociando os contratos com as indústrias de sucos por causa da desvalorização do dólar. Neste ano, a maioria dos acordos foi fechada em real.

Na fazenda no município de Barretos, em São Paulo, a previsão no começo do não era ultrapassar a marca de 130 mil caixas de laranja até o mês de dezembro. Mas a produção não vai chegar a cem mil caixas. A colheita encolheu e vai acabar no início de novembro. O problema foi provocado pelo ataque de fungos e pela estiagem.

“Houve uma queda acentuada de frutos e os frutos que nao caíram estão com o rendimento prejudicado, eles são leves e não enxem uma caixa”, conta o citricultor Otto Henrique Mahle Neto.

Para tentar diminuir um pouco os prejuízos com a safra o produtor em São Paulo precisou tirar o melhor proveito possível da comercialização. Uma parte dos citricultores ainda mantém os contratos amarrados em dólar. Mas a moeda americana perdeu o valor. Com isso, eles iriam receber menos reais em cada caixa. Mas como há falta de laranja no mercado o pessoal vem conseguindo renegociar os contratos com as indústrias.

O agricultor Gilmar de Azevedo, por exemplo, ainda mantém contrato em dólar com a indústria com validade até 2014. Para cada caixa de 40 quilos ele receberia nesta safra US$ 3,50, o que daria quase R$ 6. Mas ele conseguiu este ano fazer um acordo com a empresa. Ele vendeu toda a produção por R$ 11 a caixa. É um valor abaixo do preço pago pelo mercado. Mesmo assim, ele acredita que fez um bom negócio.

“Se eu ficasse com o contrato em dólar esse ano eu não teria condição nem de colher a laranja”, disse Azevedo.

De acordo com o Cepea, o Centro de Estudos em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo, a maior dos citricultores já conseguiu mudar para o real os contratos com as indústrias.

O presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, Marco Antônio dos Santos, disse que o baixo preço da fruta estava tornando a atividade insustentável. “Não era possível a indústria pagar os contratos que vinham em andamento, por US$ 3 ou US$ 4 a caixa. Ficava totalmente inviável. O produtor não teria condições nem de colher o produto nem de fazer os tratos necessários”, calculou.


Fonte: Caminhos da Roça