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Citricultores vão ao ministro reiterar denúncia de cartel de esmagadoras.
09 de maio | 2007
O ministro da Justiça, Tarso Genro, teria reconhecido a existência de cartel no setor de processamento de suco de laranja em uma reunião privada com o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, e com outros representantes da entidade, ontem em Brasília. “Consideramos a reunião positiva, especialmente porque o ministro Genro reconheceu que os citricultores foram prejudicados pela cartelização e que agora têm direito a ressarcimento”, afirmou Viegas.
As investigações sobre a formação de cartel entre as indústrias esmagadoras de laranja na compra da fruta estão tramitando na Secretaria de Direito Econômico (SDE). Parte dos documentos apreendidos nas empresas durante a Operação Fanta da Polícia Federal está sendo aberta, mas o presidente da Associtrus cobra a abertura dos papéis e de computadores que ainda estão lacrados.
A associação apresentou ao ministro Tarso Genro um cálculo aproximado do prejuízo acumulado pelos citricultores nos últimos quinze anos por conta da cartelização: 6 bilhões de dólares. “O ministro estava interessado em saber de valores. O número que apresentamos é resultado da atuação da indústria, que reduziu o pagamento por caixa de 40,8 quilos de laranja da média histórica de US$ 4,50 para US$ 2,50”, explica o presidente da Associtrus.
Para Viegas, ainda hoje existe um cartel entre as indústrias de suco de laranja, que pôde ser percebido com a recente elevação do preço e da demanda pela laranja. O preço do fruto subiu acompanhando a disparada internacional do suco, motivada pela destruição dos pomares da Flórida por dois anos seguidos. “A prova de que existe cartel é que, mesmo em momentos de alta de preços e de demanda, a indústria não disputa mais o fornecimento dos citricultores, como ocorria até quinze anos atrás”, diz.
DCI – LUIZ SILVEIRA