“Com o fim da colheita, produtor pode aproveitar para limpar as plantas e fazer uma primeira adubação”

Fernanda Yoneya

Em época de safra de várias espécies frutíferas – manga, laranja, figo, limão, goiaba, acerola, pêssego, nectarina, ameixa – produtores podem aproveitar o fim da colheita para adotar um manejo de ’recuperação’ no pomar e, assim, garantir uma boa produção na próxima safra.

Independentemente da espécie frutífera cultivada, após o término da colheita a primeira recomendação é fazer uma limpeza do pomar, seja ele comercial ou doméstico. Segundo o agrônomo Victor Branco de Araújo, diretor do Centro de Produção de Mudas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), essa ’poda de limpeza’ consiste na eliminação de frutos que sobraram na planta ou que tenham caído e de ramos secos e indesejáveis.

’A eliminação de restos de frutos e sementes impede a permanência de inóculos de doenças fúngicas no pomar’, explica. Já a poda de ramos secos evita a concorrência com ramos produtivos. ’E ramos indesejáveis são aqueles muito baixos, que dificultam o acesso ao interior da planta’, afirma Araújo, destacando que esse tipo de ramo também concorre com ramos sadios.

Araújo explica que o ideal é queimar esse material, longe do pomar. ’Outra opção é fazer compostagem com esse resíduo e retornar o material compostado para o pomar.’

PARTICULARIDADEs

O agrônomo Ryosuke Kavati, da Regional Agrícola de Lins da Cati, diz que não é possível recomendar um manejo pós-colheita para pomares de uma maneira geral, ’pois cada frutífera tem suas particularidades’, mas pode-se fazer uma adubação de recomposição. ’Depois de produzir, a planta precisa se recompor. Portanto, é necessário devolver para o solo os nutrientes que foram retirados durante a safra’, explica. E, para saber a quantidade de nutrientes a ser reposta na terra, a orientação é consultar um agrônomo. ’Um profissional pode indicar, exatamente, as perdas de cada nutriente conforme a espécie e recomendar essa adubação de recomposição’, diz Kavati. ’Normalmente, em pomares domésticos a falta de produção é causada pela falta de nutrientes.’

FLORADA

O agrônomo Araújo diz que é importante fazer pelo menos uma última adubação antes de a planta entrar em descanso, para garantir uma florada vigorosa. ’Pomares comerciais devem receber adubo conforme análise de solo. Quem possui pomar caseiro pode utilizar a fórmula 12-6-12, de nitrogênio, fósforo e potássio, encontrada facilmente em lojas de artigos agropecuários.’

A recomendação de Araújo é, em plantas de grande porte, como mangueiras, aplicar 2 quilos de adubo/planta; em pomares de plantas médias, como laranjeiras, a proporção é de 1 quilo/planta, e, em pomares de plantas pequenas, como romã e acerola, 500 gramas/planta é o ideal.

Na adubação, a dica é fazer a aplicação ao redor da planta, a uma distância mínima de 1 metro do tronco, porque as raízes, que absorvem os nutrientes, estão localizadas na faixa situada na projeção da copa. ’A dica é demarcar a área de limite da projeção da copa, para saber onde estão as raízes e onde deve ser feita a aplicação de adubo. Isso evita desperdício de fertilizante’, explica Araújo.

Fonte: O Estado de SP