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COMUNICADO ASSOCITRUS – ACORDO

18 de outubro | 2006

ASSOCITRUS discorda da Faesp no encaminhamento da renegociação dos contratos para a safra 2006/2007, que se resume a um bônus emergencial. Este adicional seria baseado nos preços futuros negociados na Bolsa de Nova Iorque e representaria, aproximadamente, US$ 1 por caixa, garantindo um preço mínimo de US$ 4,00.

1- A ASSOCITRUS se afastou das negociações (após a realização de mais de dez reuniões), porque a Faesp aceitou um adicional apenas para a safra 2006/2007 descartando reivindicações a longo prazo como: elaboração do Consecitrus ou adoção de um contrato padrão.
2- A ASSOCITRUS não aceitou a vinculação do adicional à retirada da investigação por prática de cartel que corre na SDE, ao contrário da Faesp, que continuou isoladamente as negociações com as indústrias.
3- Na circular 108/2006, de 29 de setembro, a Faesp admite dificuldade de conseguir o adicional emergencial por conta da necessidade do acordo tramitar no âmbito da SDE e Cade. Na mesma circular, a Faesp informa que as empresas Cutrale e Coimbra se dispõem a fazer adiantamentos aos produtores em função do provável acordo a ser firmado entre Faesp e indústrias.
4- A ASSOCITRUS alerta que esses adiantamentos serão antecipações de parcelas do contrato vigente e, no caso de frustração do acordo, o produtor não terá direito a nenhum adicional. Em situação devedora, o citricultor será pressionado pela indústria para renovação de seu contrato por períodos maiores e em condições de preços muito desfavoráveis em relação ao mercado. A ASSOCITRUS acha prudente que nenhum citricultor renove seu contrato com a indústria na atual conjuntura.
5- A Faesp, no item 3 de sua circular, diz que os produtores devem procurar individualmente a indústria para efetivar a antecipação, mas a ASSOCITRUS não concorda com tal postura e questiona porque a Faesp não elabora um documento como modelo dessa antecipação e que garanta:
1- preço mínimo de US$ 4,00 por caixa
2- adicional baseado na evolução de preços na Bolsa de Nova Iorque, no período de julho de 2006 a junho de 2007
3- pagamento do adicional sem vinculação à prorrogação do contrato em vigor ou à contratação de outras safras.

A ASSOCITRUS não assinou nenhum acordo e recomenda os citricultores para receberem os valores propostos no acordo da Faesp somente se as condições acima forem cumpridas integralmente.
Há tempos, a ASSOCITRUS alerta o citricultor sobre os perigos da renegociação individual por considerar que, sem um documento que garanta seus direitos, ele seria pressionado a renovar seu contrato para as safras futuras a preços menores do que os atuais em função deste adicional proposto pela Faesp.
Nossa luta por preços realmente remuneradores e por contratos mais justos que implicam num acordo mais amplo dentro da cadeia produtiva, previsto no Consecitrus, continua!
Muitas mudanças têm ocorrido no mercado de suco de laranja com a quebra das safras da Flórida e de São Paulo, o aumento recorde dos preços do suco de laranja no mercado internacional e o fortalecimento da classe produtiva através da ASSOCITRUS.
Apesar do avanço da cana sobre as áreas de pomares e os sucessivos aumentos de preços no mercado internacional o produtor brasileiro ainda não sente os reflexos positivos do setor na mesma proporção. Na Flórida, os citricultores já recebem de US$ 9,50 a US$ 10 por caixa.
O trabalho da ASSOCITRUS em prol dos reais interesses da classe produtiva e de uma remuneração justa será concretizado a partir do apoio do citricultor à elaboração do Consecitrus ou de qualquer outro tipo de instrumento que estabeleça de forma justa a remuneração de todos os membros da cadeia produtiva.
Contamos com seu apoio e colaboração na escalada em busca de relações comerciais e humanas mais justas na cadeia citrícola brasileira.