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Demanda e questões sanitárias mudam mapa da citricultura

05 de dezembro | 2006

Gazeta Mercantil – Agrogenócios – 05/12/2006

São Paulo, 5 de Dezembro de 2006 – O mapa da cultura da laranja no Brasil está prestes a mudar. Em vez de uma atividade tipicamente paulista, a produção de laranja e de suco tende a se tornar nacional, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia. A presença de doenças e pragas, que arrasam pomares na região norte do estado, já não é de hoje que vinham influenciando os citricultores a erradicar seus pomares mais debilitados e, em muitos casos, a mudar-se para o sul e o sudeste de São Paulo. Além disso, diz Ademerval, o elevado potencial de produção em outras regiões do País estimula parcerias para a produção local.
As perspectivas de bons resultados financeiros, associadas à necessidade de expansão da produção de laranja e de suco faz com que as indústrias paulistas busquem parcerias com processadoras de outros estados. Ademerval diz que industrias paulistas já firmaram negociaram o fornecimento de suco com pequenas industrias do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e de Pernambuco.
O presidente da Abecitrus vê também possibilidade de a citricultura se expandir na região de Petrolina (PE), no Vale do São Francisco. Ali a fruticultura irrigada ganha dimensões expressivas, incentivada pelas exportações de manga e melão e a industrialização do coco, entre outros. A produção de laranja ainda experimental, com pesquisas de campo realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa). “Os resultados são incipientes para as questões sanitárias.”
A expansão da citricultura no Brasil se deve à perspectiva do aumento da demanda internacional. Segundo Ademerval, nos últimos cinco anos o mercado mundial de suco de laranja cresceu 13%. Desse total, 75% ocorreu em países da Ásia, espcialmente a China. Europa e Oriente Médio foram responsáveis pelo crescimento remanescente.
A produção mundial também deve crescer. Há países plantando laranja e com planos para chegar à auto-suficiência e até concorrer com o Brasil nos demais mercados. A China pretende produzir 1,5 milhão de toneladas de suco até 2015. A meta é atender a demanda interna, mas Ademerval disse que essa também era a proposta da China para a produção de suco de maçã, o que não ocorreu. Aquele país domina hoje 60% do mercado internacional desse suco, contribuindo para uma grande transformação do mercado externo.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Isabel Dias de Aguiar)