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Departamento de citricultura da Flórida pode precisar de mais cortes

29 de novembro | 2005

A organização já está trabalhando com o menor orçamento dos últimos 20 anos.

Lakeland – Representantes do Departamento de citricultura da Flórida proclamaram vitória ao interromper um declínio de três anos nas vendas de suco de laranja, o maior commodity proveniente da citricultura do estado.

Porém, maiores progressos no sentido de aumentar as vendas do produto no mercado americano durante a safra de 2005-2006 foram prejudicados quando o furacão Wilma obrigou o departamento a cortar mais US$ 5,5 milhões de dólares do orçamento, além do corte de US$ 2,2 milhões que já havia sido feito devido aos furacões de 2004.

Outros cortes ainda podem ocorrer caso a quebra de safra causada pelo furacão Wilma seja maior do que a projetada pelos especialistas, segundo declarou Dan Gunter, diretor executivo do departamento, em reunião na Comissão de Citricultura da Flórida.

O orçamento atual do departamento, de US$ 52,5 milhões, é o menor desde a safra de 1984-1985 – que foi prejudicada por uma das maiores geadas do século passado -, de acordo com a responsável pelo setor financeiro do departamento, Debra Funkhouser.

Outra revisão no orçamento pode ser solicitada na reunião da Comissão de Citricultura que ocorrerá no dia 21 de dezembro, na qual será discutida a primeira estimativa de safra após o furacão Wilma. A estimativa será divulgada pelo Departamento de Agricultura dos EUA no dia 09 de dezembro.

“Realmente acreditamos que serão necessários ajustes, pelo menos no que se refere à safra de grapefruit”, declarou Gunter.

A maior fonte de renda do Departamento de citricultura da Flórida provém de um imposto pago por caixa colhida no estado. Praticamente 80% do orçamento é destinado a ações de marketing.

Após os furacões de 2004, os governos federal e estadual cederam US$ 16 milhões ao departamento de citricultura para investimento em marketing, porém Gunter disse que isso não ocorrerá novamente este ano.

Os cortes afetarão principalmente a veiculação de anúncios de suco de laranja na TV, responsável pela maior parte do investimento de marketing do departamento (US$ 40,5 milhões).

As vendas de suco de laranja no atacado sofreram uma queda razoavelmente pequena, de 1,2%, totalizando 793 milhões de galões em 2004-2005, mas mesmo com a queda, a rentabilidade cresceu 0,4% devido a um aumento de 1,6% no preço do suco, segundo Robert Norberg, diretor de pesquisas econômicas do departamento.

A queda constante nas vendas de suco de laranja concentrado e de produtos não-refrigerados feitos com suco de laranja – ambos com uma redução de 11% em número de galões vendidos – colaborou para o declínio das vendas, segundo Norberg. As vendas de suco de laranja refrigerado permaneceram estáveis em 716 milhões de galões, com um aumento de rentabilidade de 1,5%.

Ainda segundo Norberg, a somatória das vendas de todos os produtos feitos com suco de laranja vem decaindo 3% ao ano, nas últimas três safras.

Há cerca de um ano, logo após assumir o cargo de diretor-executivo, Dan Gunter declarou que seu objetivo para a safra de 2004-2005 era reverter o quadro de queda nas vendas de suco de laranja.

Gunter também afirmou que os produtores precisavam de um aumento no preço de venda do suco, pois todos os custos de produção haviam aumentado.

Em outra nota, a Comissão de Citricultura da Flórida aprovou uma mudança nas regras da organização que acarretará numa economia de milhões de dólares às indústrias processadoras de suco.

As novas regras, aprovadas por unanimidade, permitirão que as empresas passem a fazer sua própria inspeção e classificação do suco de laranja, baseada em sistemas de controle de qualidade existentes. Atualmente, a maioria das empresas é forçada a contratar profissionais do USDA para fazer este serviço.

Os sistemas de auto-inspeção das empresas terão que ser certificados pelo USDA e a agência fará auditorias sem aviso prévio nas indústrias durante o período de processamento de fruta, que ocorre de Novembro a Junho, para garantir que tudo esteja funcionando segundo as normas estabelecidas.

(Crédito: Kevin Bouffard – The Ledger)