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Descoberta nova bactéria transmissora da greening
11 de outubro | 2007
Uma nova bactéria que transmite a greening foi encontrada por pesquisadores do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e pela equipe do pesquisador francês Josef Bové, em pomares da região Norte do Estado. A descoberta foi resultado de testes de laboratório, feitos para detectar a bactéria Xylella fastidiosa, causadora da greening, cujo diagnostico foi negativo. Como as plantas apresentavam os sintomas da doença, os pesquisadores ampliaram os estudos e encontraram um novo agente causal.
“Chegamos a um novo transmissor da greening, um fitoplasma, uma bactéria que não tem parede celular”, explica o professor Bové.
Os estudos preliminares apresentados ontem pelos pesquisadores a mais de 50 citricultores e representantes do setor dão conta que a sua transmissão, assim como no caso da xylella, é feita por uma cigarra. Os sintomas também são os mesmos, como mosqueamento das folhas (cor esverdeada) e má formação dos frutos
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A princípio, a incidência desta nova bactéria predomina em pomares de 16 municípios do Estado, a maioria deles da região Norte, como Barretos, Colômbia, Bebedouro, Tabatinga, Votuporanga, Botucatu e Itápolis. “A bactéria ainda infectou poucos talhões, o que nos leva a crer que estamos no início de uma epidemia ou que a bactéria ataca a longas distâncias. Precisamos aprofundar as pesquisas”, afirma Bové. O pesquisador diz que o combate à nova bactéria também é a erradicação das plantas infectadas e o controle da população de cigarras, que aparentemente é o inseto transmissor. Além disso, é preciso investir em variedades mais resistentes.
O fitoplasma é conhecido no meio citrícola por atacar as variedades de limão galego. Nestas plantas, a bactéria origina uma doença conhecida como vassoura de bruxa, que seca todas as ramificações da planta. “Próximo à região do Iraque a vassoura de bruxa atacou muitos pomares de limão e a devastação foi total, muito pior do que a greening causa hoje na citricultura paulista. Nossa intenção é não deixar que problemas mais sérios ocorram. Vamos aprofundar as pesquisas ”, finaliza o professor.
Fonte: Fernanda Manécolo da Tribuna Impressa de Araraquara