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Diretora de Direito Econômico reúne-se com lideranças do segmento citrícola em Bebedouro

09 de agosto | 2005

Bárbara Rosemberg ouve argumentos que comprovam anticoncorrências praticadas pela indústria.

Para coletar dados que possam ser úteis na investigação de práticas anticoncorrenciais no setor citrícola, a diretora de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Bárbara Rosemberg, acompanhada da coordenadora-geral de Controle de Mercado, Mariana Tavares de Araújo, se reuniu com produtores de citros, políticos e representantes do setor citrícola, na sede da Associtrus, em Bebedouro.

Bárbara ouviu argumentos de que o setor sofre com a eliminação substancial da concorrência e de que a venda da Cargill para os grupos Cutrale e Fischer é apenas mais uma etapa do processo de cartelização da citricultura. “Este primeiro contato tem caráter informal, portanto, nenhuma das declarações serão utilizadas especificamente nos processos. Viemos a Bebedouro para conhecer a dinâmica e o funcionamento do setor e, a partir daí, definirmos os focos e a linha de investigação que iremos adotar. A reunião foi extremamente proveitosa, porque nos ajudará a definir nossa linha de investigação”, disse Bárbara Rosemberg.

Apesar de a reunião acontecer nos moldes da realizada com o conselheiro do Cade, Luiz Carlos Prado, em 10 de junho, a SDE (Secretaria de Defesa Econômica) objetiva investigar de forma mais ampla as práticas anticoncorrenciais do setor. “Do ponto de vista prático, a SDE tem a incumbência de fazer as investigações, concluir os relatórios e encaminha-los para o Cade, que é o órgão com poder de julgamento. O conselheiro Prado veio a Bebedouro tratar especificamente do ato de concentração da Cargill e nossa visita objetiva levantar todos os argumentos que possam ser utilizados numa investigação de possíveis práticas anticoncorrenciais”, declara Bárbara.

O deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB) apóia a iniciativa da Associtrus por considerar o mercado cítricola um dos mais assimétricos da economia nacional. “A desigualdade no poder de barganha no mercado citrícola é visível, por isso, se a Associtrus conseguir o apoio da SDE e do Cade, teremos aliados fortes ao nosso lado e que, ao meu ver, são os únicos capazes de abrirem caminhos plausíveis para conseguirmos melhorar a remuneração do citricultor e do trabalhador rural. Tenho trazido meu apoio à Associtrus e, a partir de agora, irei atuar efetivamente junto ao Cade para que os citricultores consigam ter condições melhores de relacionamento comercial com a indústria”, diz Mendes Thame.

O prefeito de Itápolis, Moacir Ziteli, observa a importância do setor produtivo se unir em prol da melhoria da distribuição de renda na cadeia. “A citricultura representa 80% da economia de Itápolis, por isso apoiamos todas as iniciativas que são feitas em prol da melhoria das condições do produtor. Temos 11 milhões de pés de laranja e produzimos 20 milhões de caixas, por safra”, informa.

O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, acredita que os objetivos da entidade foram alcançados. “Expusemos de forma objetiva os problemas da citricultura e recebemos orientações quanto às melhores formas de transmitirmos nossas informações para o governo. O papel da Associtrus é levar os problemas da citricultura a todas as instâncias do governo para que ele se sensibilize e nos dê o apoio necessário para nos mantermos e continuarmos sendo uma atividade importante para a economia brasileira”, finaliza Flávio.