O Banco Central tem conseguido, de certo modo, segurar o dólar, mas a tendência de queda continua. Na sexta-feira retrasada, o Banco Central informou que não irá avisar, necessariamente, com antecedência, a realização do leilão de swap reverso. Desde então, a moeda tem se mantido mais estável e até o momento nenhum leilão foi feito. O aviso traz mais incerteza para o mercado, tende a travar posição e a volatilidade ficar um pouco menor. Essa mudança pode fazer com que o câmbio sofra maior pressão negativa. É uma mudança importante, mas é um paliativo. Há pouca coisa que o Banco Central pode fazer para manter o dólar acima de R$ 2,00. No entanto, se o Banco Central não estivesse atuante no câmbio, o dólar cairia mais rapidamente, impulsionado pela balança forte e pelos juros. Não há como evitar uma entrada maciça de recursos. O câmbio pode chegar, sem dificuldades, a R$ 1,90 em meados deste ano. Para o final do ano, a previsão dos principais agentes financeiros é de dólar a R$ 2,00 ou um pouco abaixo disso. Mas não volta a R$ 2,15 ou R$ 2,20. Isso está fora de cogitação este ano.