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Em ano de renovação, citricultor tem chance de reajustar contratos
12 de janeiro | 2010
SÃO PAULO – Em um ano no qual a demanda por laranja demonstra uma expressiva recuperação e as safras brasileira e norte-americana de laranja, juntas, devem registrar perdas de quase 40%, o citricultor brasileiro pode deixar de aproveitar a janela de oportunidade. Isso porque o volume de contratos negociados a preços antigos, quando o mercado ainda não sinalizava recuperação, é significativo. De acordo com Flávio de Carvalho Pinto Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), pelo menos metade da safra já está comprometida em contratos. “Parte deles irão vencer este ano e alguns produtores estarão livres, mas mais de 50% dos citricultores vão estar amarrados a contratos bem baixos”, afirmou Viegas. O presidente da Associtrus destaca que as indústrias costumam firmar contratos de dois a três anos e que nessa temporada haverá possibilidade de renovações mais vantajosas para os produtores.
Viegas acredita que a conjuntura atual do mercado cria a possibilidade dos preços alcançarem o patamar de R$ 18 a caixa (em São Paulo, sem incluir os custos da colheita e do frete). O va lor é muito superior à média mensal de 2009 que ficou em R$ 8,60 a caixa. A última vez que a cotação da laranja no mercado interno superou esse patamar foi em março de 2007, com R$ 19,02 a caixa, após sucessivos furacões terem abatido a Flórida, principal região produtora no Hemisfério Norte.
Problemas climáticos no Estado norte-americano devem novamente ser responsáveis pela forte alta nos preços do suco de laranja, especialmente, no mercado internacional. Dessa vez são as geadas que ameaçam a safra de laranja, gerando perdas já estimadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em 17%.
Durante a última semana os contratos futuros da laranja foram pressionados pelas baixas temperaturas que, até então, haviam causado danos isolados na safra 2009/2010. O aumento nos preços pode ser ainda maior nos próximos dias, após a checagem dos estragos causados pelas geadas no último fim de semana. Na s exta-feira eram esperadas para a região as temperaturas mais baixas do ano.
Brad Rippey, meteorologista agrícola do USDA, disse ao jornal The Wall Street Journal que as culturas de inverno na região central e no sul da Flórida poderiam ser ameaçadas por congelamento no domingo e na segunda-feira. Citrus sofrem danos a partir de 27°C negativos e o Serviço Nacional de Meteorologia prevê um intervalo de temperaturas de 25°C a 32°C no coração do cinturão de citrus.
Fonte: DCI