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Em dois meses, greening avança sobre mais 11 cidades.

27 de fevereiro | 2008

A pior doença da citricultura segue ganhando pomares em todo o Estado. Desde o fim de 2007, a greening foi detectada em 11 novos municípios, entre eles Olímpia, Votuporanga e Barretos, cidades onde o potencial citrícola é relevante. Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), o avanço da doença é o resultado de uma fiscalização mais intensiva – que está sendo feita desde novembro – pois quanto mais se sabe sobre a doença e quanto maiores as vistorias, mais fácil é a detecção de plantas doentes.


 


“A doença avança rápido e agora sabemos muito sobre ela. Por isso, novos municípios são encontrados com sintomas a todo momento”, diz Cícero Augusto Massari, gerente técnico do Fundecitrus. Segundo ele, todos os 300 municípios do Estado que têm potencial citrícola devem registrar a doença em curto prazo. “Com o potencial da doença e a facilidade que há de contaminação é difícil imaginar que algum município citrícola ficará sem greening”, afirma Massari.


 


Em contrapartida ao avanço da doença, o Fundecitrus aumentou a fiscalização e bons resultados em campo tem sido alcançados. Desde novembro, um repasse de R$ 6 milhões que as indústrias de suco de laranja fizeram ao Fundo, garantiu que técnicos fossem contratados e vistorias voltassem a ser feitas. “Colocamos 453 inspetores nos pomares para auxiliar os citricultores a detectar a doença”, afirma. “É um trabalho de auxílio, chegamos às propriedades e vamos a campo junto com os trabalhadores da fazenda, então, mostramos os sintomas da doença e depois voltamos para ver se a erradicação da planta foi feita”, explica o gerente do Fundecitrus. “É essencial que os citricultores aprendam a detectar a doença e mais importante é a erradicação, porque só assim podemos conter o problema”, afirma.


 


No Estado são cerca de 200 milhões de árvores citrícolas, sendo que 75% delas estão nos 165 municípios com a doença. Desde quando os trabalhos das equipes de vistoria começaram, 18,6 milhões de árvores foram vistoriadas, em 3,5 mil propriedades rurais. As inspeções de auxílio ocorrerão até maio e a expectativa é de, até lá, alcançar 30 milhões de árvores vistoriadas.


 


Depois de maio, o dinheiro para as inspeções acaba, porém, Massari espera levantar mais recursos para dar continuidade ao trabalho. “Não podemos deixar esse trabalho esfriar. A greening é uma doença muito séria que compromete a economia citrícola, por isso, já estamos trabalhando para levantar subsídios alternativos, pois dentro do orçamento do Fundecitrus não temos dinheiro para manter as fiscalizações intensificadas”, afirma o gerente. Segundo ele, os recursos podem vir de empresas privadas ou até do Governo.


 


Um outro ponto que precisa ser reforçado, segundo Massari, é a fiscalização e punição para os citricultores que não erradicam as plantas doentes. Apesar de no final do ano passado 29 propriedades em Araraquara terem sido multadas por não conterem a doença, Massari acredita que este número ainda é baixo. “Infelizmente há muitos citricultores que sabem da doença, mas não se mobilizam. Com estes, só teremos resultados quando as multas forem aplicadas”, afirma. Mas para a fiscalização ser intensificada, segundo Massari, é preciso contratar mais pessoas para as equipes da Coordenadoria de Agricultora Técnica Integral (Cati), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura, já que a atual equipe de fiscalização é responsável por vistoriar todas as doenças do meio rural. “Conversamos muito com a Secretaria de Agricultura para termos uma legislação mais efetiva. Ainda acreditamos que termos resultados”, finaliza Massari.


  


Fonte: Tribuna Impressa (Araraquara)