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Editorial
Estimativa de safra de laranja 2017-18
17 de maio | 2017
A primeira estimativa da safra 2017/18 foi divulgada pelo Fundecitrus no dia 10/5/2017 e aponta para uma safra de 364,47 milhões de caixas de 40,8kg o que corresponde a um aumento de 48,6% em relação à safra 2016/17 que encerrou com 245,31 milhões de caixas.
O parque citrícola de laranjas de variedades utilizadas para industrialização na área do estado de São Paulo e Triângulo Mineiro compreende uma área de 403,9 ha, 192 milhões de árvores das quais 174,78 milhões em produção. Nesta safra estimou-se uma produção de 753 frutos por árvore, 265 frutos por caixa de 40,8 kg, queda média de 18,5% e 945 caixas por hectare.
Este aumento de produção deve-se principalmente à situação climática que, ao contrário da safra anterior, foi favorecida pelas condições climáticas e pela baixa produção da safra anterior.
Segundo os técnicos, o descanso do ciclo reprodutivo proporcionado pela baixa produção da safra anterior proporcionou um aumento das reservas energéticas das árvores que, acoplado às condições climáticas que levaram a um estresse hídrico e climático, dias quentes e noites frias e poucas chuvas em julho seguidas da chegada das primeiras chuvas em agosto, propiciaram as condições para esta recuperação da produção.
A produção de laranjas na região tem apresentado uma grande variabilidade: nos últimos 10 anos a produção média foi de 320 milhões de caixas com um desvio médio de 43 milhões de caixas.
O parque citrícola vem envelhecendo pela falta de incentivo à renovação devido à baixa remuneração da laranja. Mais de 40% das árvores estão na faixa acima de 10 anos; mais grave ainda é o baixo nível de plantio: no levantamento de 2015 havia 24 milhões de árvores com idade de 1 a 2 anos; neste último levantamento havia 17 milhões de árvores naquela faixa de idade, plantio insuficiente para manter o parque produtivo.
Além do envelhecimento, o processo de exclusão dos pequenos e médios produtores continua. Das 7588 propriedades citrícolas, 156 propriedades concentram praticamente 50% do parque citrícola, e as 603 maiores propriedades, ou seja, 8% das propriedades concentram mais de 73% do parque citrícola; desta forma, 92% das propriedades detêm menos de 37% das plantas.
Apesar de esta estimativa ser apenas 14% superior à media de produção das últimas 10 safras e os estoques de suco estejam virtualmente zerados, e técnicos não estejam vendo razões para uma queda da remuneração dos citricultores, o preço da caixa de laranja para indústria, registrou no dia 10 de abril uma queda de 27,7% e a laranja para o mercado de fruta fresca caiu 56% no dia 11 de maio!
As distorções que vimos denunciando nas últimas décadas continuam mesmo depois do acordo feito pelas indústrias no processo que investigava a cartelização do setor, no qual assumem ter havido cartel na compra de fruta.
Por: Flávio Viegas – Presidente