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Fundecitrus tem R$ 42 milhões para gastar com saúde da fruta

22 de outubro | 2006

ARARAQUARA (SP)
Defesa sanitária é própria. E funciona

Existe um modelo privado de defesa sanitária que dá certo no País, enquanto o governo federal enfrenta problemas com bovinos, que culminaram no ano passado com a crise da febre aftosa. Criado em 1977 pelos agricultores e pela indústria para combater o cancro cítrico, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) hoje executa a política de defesa sanitária para o setor .

?Na época, os citricultores e as indústrias perceberam que a doença seria de difícil convivência e que o Estado não tinha recursos disponíveis para fazer esse trabalho?, conta o presidente interino do Fundecitrus, Osmar Bergamaschi.

Segundo ele, o orçamento anual do fundo é de R$ 42 milhões. Essa cifra equivale a quase a metade de tudo que o governo federal destina hoje à defesa sanitária vegetal e animal. Os recursos vêm da contribuição do produtor e da indústria. De cada caixa de laranja processada, é descontada a contribuição.

Hoje são cerca de 2 mil inspetores e técnicos que percorrem mais de 15 mil citricultores no Estado de São Paulo e na região sul do Triângulo Mineiro para checar as condições sanitárias dos pomares e executar trabalhos de erradicação determinados pela secretaria estadual de agricultura. Eles também visitam pomares urbanos.

Há também um corpo técnico de seis PHDs, que trabalham na identificação de novas doenças e monitoramento das já existentes. Além do cancro, o Greening, o amarelinho, a pinta preta e a leprose tiram o sono do citricultor.

Bergamaschi conta que, no caso do cancro cítrico, incidência hoje oscila entre 0,10% e 0,19%, nível considerado baixíssimo e controlado. Na Flórida, por exemplo, o nível de infestação de cancro é alto. O principal problema, é que o custo de mão-de-obra nos EUA para realizar as tarefas de inspeção nos pomares é elevado.
Márcia De Chiara
ENVIADA ESPECIAL
Estadão 22/10/2006