Não foi amargo nem azedo o resultado da reunião realizada entre a Secretaria de Agricultura de São Paulo e as indústrias de suco – Cutrale, Citrosuco, Louis Dreyfus Commodities, Citrovita e Montecitrus. Pelo menos essa foi a avaliação do secretário de Agricultura João de Almeida Sampaio Filho, no primeiro encontro com o setor para tentar estabelecer uma “agenda positiva” para a citricultura paulista, hoje responsável por 90% da produção brasileira de suco de laranja.

“Todas as indústrias participaram da reunião, o que em si já pode ser considerado um fato inédito”, comemorou Sampaio. Na pauta foram avaliadas questões relacionadas à defesa sanitária, o acesso a mercados e a criação de um contrato de compra e venda entre indústrias e citricultores para facilitar futuras negociações de preços. Em 2006, as negociações entre indústria e produtores durou meses até o estabelecimento do piso de US$ 4 por caixa de 40,8 quilos nos contratos de longo prazo. Mas, em encontro recente, houve sinais de que um novo piso, de R$ 8 por caixa, poderá ser adotado. “Não houve uma resposta imediata, mas espero que ainda neste mês haja outra reunião para avançar no tema”, afirmou Sampaio.

O secretário também solicitou às indústrias a doação de recursos para o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), com o objetivo de ampliar o trabalho de defesa sanitária. “Esse assunto será levado à direção do Fundecitrus para que se defina o valor a ser investido.”

As indústrias, por sua vez, solicitaram ao governo paulista a melhoria das pesquisas de levantamento da safra paulista de laranja, com investimentos em tecnologia e melhoria da divulgação dos dados. “O Brasil responde por 80% das vendas globais de suco de laranja e São Paulo, sendo o maior Estado produtor, realmente precisa valorizar o seu trabalho estatístico”, reconheceu.
Fonte – Cibelle Bouças (Valor Econômico)