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Grupo Montecitrus aposta em suco orgânico

28 de março | 2006

São Paulo, 28 de Março de 2006 – Oito em cada dez copos de suco de laranja orgânico foram produzidos pelos irmãos Rodas. O Grupo Montecitrus é um ilustre desconhecido dentro e fora do País. Mas se você já tomou um copo de suco de laranja orgânico, seja em um restaurante em Londres, uma lanchonete em Tóquio ou na sua casa, em São Paulo, há uma chance de oito em dez de que a laranja tenha saído dos pomares orgânicos desta empresa de Monte Azul, no interior de São Paulo.

O domínio da Montecitrus não se compara, nem de longe, ao exercido pela Sucocítrico Cutrale, produtora de nove em cada dez copos de suco convencional consumidos no mundo. Ainda assim, sua hegemonia neste rentável segmento a transformou em uma das maiores empresas de orgânicos do mundo. “Produzimos 85% de todo o suco de laranja orgânico consumido no mundo”, disse Fábio Rodas, presidente da Montecitrus.

A empresa alcançou este status ao longo de onze anos convertendo lavouras convencionais em orgânicas e investindo em técnicas alternativas de cultivo.

Hoje os irmãos Rodas têm 2 mil hectares de pomares espalhados por oito fazendas no interior de São Paulo. No total, cultivam 700 mil pés. “Quando começamos, há onze anos, a demanda mundial era inferior à nossa capacidade de produção e sobraram frutas. Hoje a procura cresce 20% ao ano e precisamos expandir para dar conta do recado”, diz, sem, no entanto, detalhar quais são seus planos.

O suco orgânico é commodity valorizada no mercado internacional. Historicamente, a tonelada custa o dobro da do suco convencional. Porém a passagem de furacões pela Flórida (EUA) reduziu este ágio internacional.

Agora, o orgânico custa em média 23% mais do que a bebida tradicional. Enquanto a tonelada do suco convencional custa US$ 1.700, a do orgânico não sai por menos de US$ 2.100. “O ágio caiu, mas ainda assim estamos satisfeitos porque os preços são remuneradores”, diz Rodas.

Ele calcula que o custo de produção da lavoura sem produtos químicos é, em média, de 35% a 37% maior que o de pomares tradicionais. “Tradicionalmente, os citricultores usam defensivos químicos para combater o cancro cítrico ou o greening. No caso de ataque aos meus pomares, a única solução é a erradicação da árvore”, diz.

Toda a produção dos sócios da Montecitrus é processada por meio de acordo em uma fábrica da Citrovita, em Catanduva (SP). “Como a unidade esmaga suco convencional, a linha extratora tem que ser higienizada antes de moer laranjas do sistema orgânico”, explica o citricultor. Da mesma forma, o transporte é segregado e a armazenagem, feita em tambores especiais, também.

(Crédito – Gazeta Mercantil)