Cutrale sugere medidas que vão permitir a abertura da concorrência no setor e darão mais liberdade de comercialização da laranja aos produtores.

A abertura do tool – que dará aos produtores a possibilidade de contratar o serviço de processamento das indústrias e garantirá maior competitividade ao setor – e a criação de uma bolsa de negociação de laranja no Brasil foram propostas apresentadas hoje (26) pela Cutrale, na Secretaria de Agricultura, em reunião com representantes de todas as indústrias de suco, dos produtores e de órgãos de pesquisa. “O toll é um contrato de prestação de serviço de processamento que dará ao produtor mais opções de comercialização. Ele poderá negociar uma parte da produção com a indústria e outra parte destinar para processamento próprio. A criação de uma bolsa de fruta permitirá a comercialização independente do comprador”, observa o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.

As novas alternativas de negociação da fruta prometeram abrir a concorrência no setor. “Havia a preocupação de que possíveis propostas poderiam infringir normas de direito concorrencial, mas as idéias colocadas pela Cutrale prestigiam a livre concorrência, ou seja, no âmbito jurídico, não há nada que impeça a concretização do que foi proposto”, avalia o advogado da Associtrus, Luiz Régis Galvão Filho, observando que “as propostas dão ao produtor novas opções de comercialização da fruta e não impõem regras de fixação de preço”.

A Cutrale também sugeriu a criação de um Conselho, na Secretaria de Agricultura, para análise contínua da cadeia produtiva e estabelecimento de novas diretrizes que objetivam manter o setor na liderança mundial. “As demais indústrias ficaram de analisar as propostas apresentadas pela Cutrale e, ninguém, num primeiro momento, se posicionou contra. A Montecitrus se mostrou bastante positiva. O secretário João Sampaio tem conduzido muito bem as negociações e conseguido reunir todos os representantes do setor”, observa o vice-presidente da Associtrus, Douglas Kowarick.

A democratização das informações, com a divulgação de dados de mercado, estoque etc.; o aperfeiçoamento da estimativa de safra; e uma revisão imediata dos contratos foram solicitações feitas pelos produtores. “A Cutrale apresentou as propostas que representaram um progresso nas negociações. Esperamos que haja uma seqüência positiva e que o setor caminhe para relações mais justas a partir do aumento da concorrência e da liberdade de comercialização da laranja”, diz Viegas.

Órgãos como o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o IEA (Instituto de Economia Agrícola) e o Centro Apta Citros “Sylvio Moreira” ficaram de apresentar sugestões de operacionalização das propostas na próxima reunião, dia 8 de outubro, em S. Paulo.

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