Notícias

Últimas Notícias

Indústria exporta 98% da produção

26 de janeiro | 2006

A indústria brasileira de processamento de suco de laranja faturou em 2005 cerca de US$ 1,5 bilhão, 98% proveniente das exportações. No ano passado, o volume com destino ao mercado internacional cresceu 8% em relação a igual período de 2004, de 1,3 milhão para 1,4 milhão de toneladas, segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).
O principal destino do produto brasileiro é a União Européia, responsável por 65% da exportação do País. Em seguida, vêm os países do Nafta (Estados Unidos, México e Canadá), que compram 15% do suco exportado. O produto abastece cerca de 15% do mercado americano, o que tem provocado constantes brigas comerciais entre os dois países.

Em agosto de 2005, o Departamento de Comércio (DoC) dos Estados Unidos decidiu adotar tarifas de importação para o suco brasileiro. Além disso, ameaça criar outras taxas sob alegação de prática de dumping.

CONCENTRAÇÃO

Cerca de 96% do suco de laranja exportado é produzido no Estado de São Paulo e tem como uma das principais fabricantes a Cutrale. Só a empresa é responsável por 40% de todo volume exportado, afirma o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia. A empresa processa suco para uma das marcas mais populares dos EUA – a Minute Maid, da Coca-Cola.

Hoje, a Cutrale é a maior processadora de suco de laranja do Brasil, ao lado de Dreyfus e Citrovita. A consolidação desse mercado veio especialmente com a compra dos ativos da Cargill, em parceria com a Citrosuco/Fischer, numa operação aprovada, sem restrições, pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) em maio de 2005.

As três empresas, além da Montecitrus, são investigadas pela Polícia Federal e a SDE por formação de cartel na compra de laranja. Numa operação feita na terça-feira, a PF apreendeu documentos, computadores e outros tipos de registros comerciais nas empresas.

Para o presidente da Abecitrus, foi estranha a busca de provas para o processo que tramita na SDE desde 1999. Ele preferiu, no entanto, associar a ação a uma iniciativa do Ministério da Agricultura de recriar o contrato-padrão entre citricultores e a indústria.

A estratégia consistiria em forçar a indústria a negociar algo que o setor não quer. Para Garcia, a proposta de retomar o contrato padrão foi apresentada pelo ministro Roberto Rodrigues num evento em Bebedouro, município onde está um das empresas fiscalizadas, a Citrovita, do Grupo Votorantim.

(Crédito: Renée Pereira – O Estado de S. Paulo – COLABOROU: AGNALDO BRITO)