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Mais consequências dos furacões na safra americana

18 de outubro | 2005

A estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados) é de que a colheita não ultrapasse 190 milhões de caixas.

A primeira estimativa de safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a colheita 2005-2006 prova que os Estados Unidos ainda sofrem com os efeitos dos furacões que atingiram o país no segundo semestre do ano passado. O órgão prevê uma produção de 190 milhões de caixas. Apesar do número ter crescido 27% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 146,9 milhões de caixas, ele ainda está abaixo das médias alcançadas em anos anteriores, que chegaram a 250 milhões de caixas. “A estimativa pode sofrer alterações com a chegada de novos furacões ainda nesta safra. Mas, independentemente de quaisquer aspectos, o que temos notado é a queda da oferta total de laranja em São Paulo e na Flórida. Nunca produzimos tão pouco”, constata Flávio Viegas, presidente da Associtrus.

O mercado de suco cresce a todo vapor. “Segundo relatórios da Just Drinks, a partir de 2000, houve um crescimento de 24% nas vendas, totalizando US$ 90 bilhões por ano”, observa Flávio.
Apesar das boas perspectivas para o mercado de suco, os citricultores brasileiros não desfrutam dos lucros obtidos com a venda da fruta. “O problema, no Brasil, é interno. As indústrias procuram esconder estes dados do citricultor para manter os preços da laranja em níveis inaceitáveis. A indústria coloca em risco a citricultura por não dar aos citricultores condições para que combatam eficazmente as pragas que ameaçam os pomares, como o greening, que exige grandes investimentos, inspeções freqüentes e uso de defensivos caríssimos. Se permanecermos nesta situação, a expansão do greening vai devastar a citricultura e a culpa será da indústria, que vem insistindo em não remunerar adequadamente os citricultores”, alerta Flávio.

União – A queda da estimativa de safra dos Estados Unidos pode beneficiar o citricultor brasileiro. “O citricultor deve se unir para exigir uma melhor remuneração, porque existem condições para que isso ocorra. A indústria recuperou os preços de vendas – de US$ 900 para US$ 1400 por tonelada -, o que prova que os preços do mercado externo estão crescentes e que a indústria tem condições de melhorar a remuneração do citricultor. Precisamos nos unir para termos força política para brigar com os argumentos do setor industrial”, finaliza Flávio Viegas.