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Seção Técnica
O Poder de Cura das Frutas
24 de julho | 2007
Os óleos essenciais das frutas cítricas
As frutas cítricas – laranjas, limões, limas, tangerinas, mandarinas e o grapefruit – são conhecidas e apreciadas há milênios devido ao seu aroma e sabor agradáveis. Os óleos essenciais (OEs) cítricos são obtidos normalmente por prensagem das suas cascas. Mas existem também os OEs extraídos das suas flores, o néroli; e os OEs das suas folhas, o petitgrain.
Os OEs cítricos extraídos de suas cascas, possuem um vasto número de aplicações terapêuticas e industriais, sendo muito importantes na economia mundial dos derivados de cítricos.
Os OEs cítricos possuem em sua maioria um efeito repelente e inseticida de muitos tipos de insetos. Pesquisa realizada pelo Departamento de Bioquímica Aplicada da Universidade de Nnamdi Azikiwee em Awka, Nigéria, mostrou que o OE da laranja-doce foi o que apresentou o melhor efeito inseticida.
O alto teor de monoterpenos nestes OEs cítricos é um dos grandes segredos das suas reconhecidas propriedades terapêuticas. Monoterpenos são as menores moléculas que compõem os óleos cítricos, e, por este motivo penetram com extrema facilidade em todos os tecidos do corpo humano, com poderosa ação solvente de gorduras. O monoterpeno com maior percentual nestes óleos cítricos é o d-limoneno. Na laranja chega a 90%, no limão de 65-70% (dependendo da variedade), na tangerina 70% e no grapefruit 95%.
Várias pesquisas científicas revelaram que estes óleos cítricos apresentam propriedades anticancerígenas, poder de solvência de cálculos (vesicais ou renais) e de desentupimento das artérias.
Várias faculdades e laboratórios desenvolveram pesquisas sobre a capacidade do d-limoneno em dissolver cálculos. Num estudo dos Laboratórios de Pesquisa Shionogi em Osaka, Japão, dentre os participantes com cálculos de vesícula, após consumo acompanhado do d-limoneno, cerca de 48% eliminaram por completo as pedras e 14,5% tiveram dissolução parcial, sem relatos de efeitos colaterais.
O OE de limão possui, dentre os cítricos, uma mistura mais complexa de monoterpenos em sua composição, o que faz com que, em alguns tipos de tratamento, ele tenha uma ação superior aos OEs de laranja ou grapefruit. Além de 65% de d-limoneno, o OE de limão também possui cerca de 10-20% de pinenos e cerca de 10% de gama-terpineno.
Pesquisas japonesas revelaram que o gama-terpineno apresenta uma poderosa ação antioxidante capaz de inibir a oxidação do LDL (mau colesterol), impedindo assim que este acabe causando a arteriosclerose ou levando a pessoa a um infarto.
Já o d-limoneno, age suprimindo a atividade da enzima hepática HMG-CoA reductase, um fator chave para a síntese do colesterol. Ele age também descongestionando o fígado, especialmente após a ingestão de grande quantidade de álcool e alimentos altamente gordurosos.
A ação sinérgica dos vários monoterpenos presentes no OE de limão cria uma ação muito poderosa na desobstrução de vasos sanguíneos possibilitando seu uso como um auxiliar na prevenção e tratamento de problemas cardiovasculares.
Outra indicação do d-limoneno é na prevenção e auxílio ao tratamento de alguns tipos de câncer, especialmente nas fases iniciais do desenvolvimento da doença. Os tipos de câncer observados onde mostrou melhores resultados foram os de próstata, estômago, fígado, intestinos, pâncreas, mama, pulmão e nas leucemias.
Segundo estudos do Hospital Universitário de Saint Radbound, Holanda, o d-limoneno age aumentando a atividade de uma enzima desintoxicante, o que acaba por contribuir na eficiência do corpo de eliminar substâncias causadoras de câncer.
Estudos com ratos na Universidade de Purdue, EUA, demonstraram que a quimioterapia com o uso de monoterpenos como o d-limoneno resulta numa rediferenciação dos tumores malignos em um fenótipo mais benigno. Portanto, monoterpenos são agentes antitumor efetivos, não tóxicos para ingestão (cuidadosa e acompanhada), que fazem parte da composição de um amplo número de remédios naturais para o tratamento do câncer.
A Universidade Médica de Dalian, China, mostrou que o uso do d-limoneno no tratamento do câncer gástrico apresenta excelentes resultados e que sua ação se deve a uma ação de indução de morte destas células. Desta forma, os óleos cítricos (maior fonte de d-limoneno e outros monoterpenos), eles podem ser indicados como recursos na prevenção e no tratamento de vários tipos de câncer.
Os óleos cítricos são também uma boa alternativa para perda de peso, tratar problemas circulatórios como varizes e pernas cansadas, tratar gastrites e úlceras.
Sobre a ação psicológica dos óleos cítricos, cientistas do Departamento de Fisiologia da Universidade de Siena, Itália, estiveram estudando o efeito da inalação do OE de limão sobre o sistema nervoso de ratos. Eles puderam avaliar que óleo age baixando o teor de corticosterona nos animais por uma ação direta na hipófise na produção de um hormônio estimulante das supra-renais, o ACTH. Estes hormônios estão associados ao estado de stress e sensação de dor e, uma menor produção significa uma maior capacidade de suportar a dor e uma diminuição dos estados de ansiedade. De forma semelhante estes efeitos foram notados por dentistas com o uso do óleo de laranja em salas de espera de seus consultórios. Assim como o de limão, oss óleos de laranja, tangerina, mandarina e grapefruit, também estimulam a alegria e diminuem a depressão.
Fonte: Fábián László – Professor de Aromaterapia – matéria retirada do site Doce Limão