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Produtores buscam alternativas para comercialização da laranja
12 de abril | 2007
Citricultores do município (Pirassununga) reuniram-se terça-feira,3 de abril, no plenário da Paço Municipal, para participar de uma palestra sobre uma nova opção de comercialização de laranja e outras frutas, proferida por Reginaldo Vicentin, da Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis – Coagrosol.
O evento contou com o apoio do Sindicato Rural de Pirassununga, Associação Brasileira dos Citricultores – Associtrus, e Prefeitura Municipal.
A palestra
Reginaldo Vicentin apresentou a Coagrosol, como uma cooperativa de pequenos e médios produtores, que trabalha com a venda de suco de laranja, polpa de goiaba, polpa de manga, limão em suco e in natura, para o mercado externo – principalmente a Europa – “e com comércio justo, que é um nicho de mercado novo na Europa”.
O palestrante explicou que “a idéia foi apresentar aos produtores uma proposta de cooperativismo, para, que eles encontrem na cooperativa, alternativas para comercialização de sua fruta, que eles conheçam um sistema de trabalho em cooperativa com produção de suco de laranja e não de simplesmente de venda de laranja.
Nós trabalhamos com exportação de suco há 7 anos e a idéia é apresentar aos produtores, um sistema que eles sozinhos não conseguiriam fazer que é trabalhar dentro da cooperativa fazendo suco para exportação”.
Vicentin lamentou que o “pequeno produtor está sendo cada vez mais excluído da cadeia do agronegócio por ter menos informação, menos escala e o próprio sistema de compra das indústrias hoje é um sistema de exclusão do pequeno produtor. O objetivo da Coagrosol é realmente trabalhar com esses produtores e mantê-los na atividade de agricultor e apontar alternativas para que eles não fiquem só com a laranja como alternativa de renda. A idéia é mostrar que existem outras frutas adaptadas à região e que podem fazer parte da atividade do produtor”.
Associtrus
Renato Toledo de Queiroz, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Citricultores – Associtrus, explicou a importância do assunto ali discutido.
“A importância, principalmente para a Associação”, disse ele, “é estar diversificando e buscando novas alternativas para o citricultor, que hoje, só tem 4 alternativas, que são as 4 indústrias que estão hoje sendo investigadas por formação de cartel e toda vez que você busca uma nova alternativa é uma solução para o citricultor”.
Para o conselheiro, as grandes indústrias de suco desde o final da década de 80, a década de 90 inteira e até os dias de hoje, “formaram um cartel que, inclusive, já está praticamente comprovado que eles sempre manipularam os preços, então, nesse período, a indústria cresceu como nunca, hoje ela domina 85% do comércio exterior mundial de suco de laranja e o produtor cada vez mais empobrece, perde renda. Antigamente o citricultor era o que distribuía renda na cadeia agrícola, hoje o produtor vive cada vez pior e sem distribuir renda cada vez mais saindo da citricultura”.
Renato Toledo de Queiroz opinou que “o citricultor tem que se informar, tem que se juntar, é necessário estar junto à Associação para defender os seus direitos e os seus deveres. É fundamental que o citricultor não fique na mão desses quatro, busquem alternativas tanto para o mercado interno quanto para cooperativas de citricultores que produzam suco, é importante nesse momento estarmos juntos para buscar e viabilizar novas estratégias de entregar a nossa fruta”.
Poder Público
O evento contou com a participação de Pedro Becker, da secretária municipal da Indústria, Comércio e Agricultura. “O prefeito nos deu algumas coordenadas para desenvolvermos projetos na área rural”, disse o representante do Executivo, “e é o que estamos fazendo, apoiando o pequeno e médio agricultor que muitas vezes fica sem opção e, com pouca terra acaba arrendando para plantio da cana de açúcar. Estamos buscando alternativas, já formamos o grupo dos apicultores, e o de caprinos e o de ovinos está em formação. Temos ainda para serem formados os grupos do palmito, dos peixes tilápia, especiarias (açafrão). Hoje, com os citricultores, estamos tentando reunir pequenos produtores que não conseguem vender sua laranja a um preço justo, e através desse mercado na Europa que nós conseguimos encontrar, ele vai vender essa laranja diretamente para o consumo de suco na Europa”.
No entanto, Pedro Becker alerta: “nosso trabalho é abrir os olhos dos produtores, mas o produtor precisa se auto ajudar, tem que participar de reuniões, palestras, tem que sair do comodismo, caso contrario ficará parado no lugar”.
Crédito: O Movimento, Pirassunga, 7 de abril de 2007.