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Que o citricultor seja beneficiado por MP!
30 de outubro | 2007
Pedido é formulado em reunião da Câmara Setorial, com a presença do presidente da Frente Parlamentar da Citricultura.
O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, de Bebedouro, quer a inclusão dos citricultores em Medida Provisória a ser editada pelo presidente Lula. A reivindicação foi feita na 12ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva, ontem (29), no Salão de Convenções da Credicitrus. Pacote de novo parcelamento de débitos rurais nos bancos federais está em estudo nos ministérios da Agricultora, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda, com proposta de renegociação de juros.
Viegas denuncia o endividamento de produtores de laranja, em decorrência do preço baixo da caixa. Para ele, o governo não beneficia os citricultores com refinanciamento de débitos por causa da versão equivocada da boa capitalização baseada na cotação do suco concentrado no mercado internacional. “Infelizmente, esse lucro não chega ao bolso do agricultor”, lamenta.
A Associtrus teme que muitos passam por dificuldade para quitar seus financiamentos. A falta de capitalização é sentida também nos cofres municipais, atesta o prefeito de Cajobi, Dorival Sandrini: “os pequenos municípios estão mais empobrecidos”.
Em alta – O diretor da Vivecitrus, Cristiano Cear Graf, proferiu palestrou sobre a recuperação dos pomares da Flórida (EUA), com forte influência na cotação do produto no mercado internacional.
Ele vê possibilidade de crescimento da produção, por causa do preço alto pago ao citricultor americano: 14 dólares por caixa. Mas lembra que o assédio do mercado imobiliário em terras produtoras e a infestação do greening podem mudar os números.
Baixa participação – Criada em 16 de julho de 2004, pelo então ministro Roberto Rodrigues, a Câmara Setorial da Citricultura não tem contado com a presença das indústrias. De acordo com o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, de um total de doze reuniões, compareceram em apenas três: “elas são contra a existência da Câmara”. Ele responsabiliza essas empresas pela baixa participação de outras entidades representativas da cadeia produtiva da laranja. Há uma pressão velada.
Viegas ressalta, no entanto, que a Câmara tem de ser mantida, principalmente como órgão de discussão entre produtores, empresas e governos. O representante da Companhia. Nacional de Abastecimento (CNA), Alfredo Luiz Colli, encarregado do setor de Desenvolvimento Empresarial, classificou a reunião de ontem (29) em Bebedouro como produtiva, sobretudo, pela aprovação da participação da Fiesp (Federação da Agricultura no Estado de São Paulo).
O representante do Ministério da Agricultura, Aníbal de Souza Figueiredo, avalia como boa a participação na Câmara Setorial da Citricultura. Ele acrescenta que no setor sucroalcooleiro a baixa adesão tem cada vez mais esvaziado as reuniões.
Antônio Carlos Fernandes, com cinco mil pés no distrito de Botafogo, tem esperança na Câmara Setorial, em especial, como um órgão que pode contribuir para resolver a situação dos pequenos produtores: “estamos sem condições de continuar”.
Política e citricultura – Presente ontem (29) na reunião da Câmara Setorial, o presidente da Frente Parlamentar da Citricultura, deputado Davi Zaia (PPS), vai agendar até o fim da semana uma reunião na Assembléia Legislativa para definir estratégias. Ele relembra que a organização foi montada a pedido da Associtrus.
O deputado ouviu as principais reivindicações dos citricultores, que querem o fortalecimento da negociação entre indústrias e produtores, mediada pela Secretaria da Agricultura, com transparência nos gastos do fundo especifico de combate a doenças dos citros.
Davi Zaia tenta mobilizar os produtores para pressionar o Congresso Nacional a não alterar a legislação em defesa da livre concorrência. A mudança beneficiará as empresas acusadas de cartel contra os produtores, na negociação da caixa da laranja, investigadas pela PF e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica): “as leis não podem regredir”, conclui.
Fonte: Gazeta de Bebedouro de 30 de outubro de 2007