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Rally da Citricultura- Verdade inconvenientes

17 de novembro | 2007

Rally da Citricultura- Verdade inconvenientes


 


 


O Pensa assumiu a arriscada missão de convencer o citricultor de que ele está participando da elaboração de uma proposta de alteração do Fundecitrus, que irá beneficiar o citricultor e fortalecer a citricultura.


A verdade é de que a proposta, que já está decidida e aprovada, vai consolidar o controle da indústria sobre o fundo e aumentar a contribuição do citricultor.


Pelo estatuto original, a indústria participaria com 50% e os citricultores com  50% do orçamento do Fundecitrus. Como a indústria se verticalizou e se tornou citricultora, ocupando o espaço dos citricultores, ela se nega a cumprir o estatuto e vem utilizando-se de inúmeros artifícios para tanto, como a “fórmula Carneiro”, a ocultação dos valores arrecadados dos citricultores para o fundo, etc.


Assim, pelo estatuto original, a indústria deveria estar, hoje, respondendo por mais de 65% da arrecadação e os citricultores independentes, por menos  de 35%. Como a regra da indústria é sempre repassar os ônus e ficar com os bônus, pelo novo estatuto, ao que tudo indica, aquela  situação se inverterá  e os citricultores independentes passarão a responder por cerca de 70% do orçamento do Fundecitrus e, para manter a arrecadação nos níveis atuais, terão que contribuir com cerca de R$ 0,30 por árvore!


De resto nada mudará, a “caixa preta” será mantida, as informações levantadas com os recursos dos citricultores continuarão sendo “propriedade da indústria”, os recursos do fundo serão usados para contratar trabalhos, pesquisas, apoio político e informações que atendam aos interesses da indústria.


O fundo, que foi criado para defender a citricultura, transformou-se em um fundo para fortalecer politicamente a indústria em detrimento do citricultor, com o apoio de instituições que deveriam manter-se isentas e cobrando honestidade, transparência e democracia na gestão do Fundecitrus.