Cordeirópolis, 14 – A Citrosuco, empresa do grupo Fischer que é a segunda maior processadora de suco de laranja do mundo, se negou a participar de qualquer tipo de negociação para a criação de um Consecitrus, sistema nos moldes do Consecana que definiria a mudança nos cálculos de remuneração pela fruta entregue pelo citricultor à indústria.

O atual modelo, que prevê o pagamento por caixa de 40,8 kg, é considerado ultrapassado, o que levou o ex-ministro da Agricultura e coordenador Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, a intermediar a criação do Consecitrus. No novo modelo, seria criada uma fórmula para prever a remuneração a partir de uma série de fatores, como a qualidade, a quantidade de açúcar da fruta, o índice industrial e até mesmo a variação dos preços no mercado internacional do suco de laranja. “A negociação com clientes individuais é a que melhor atende as partes envolvidas, razão pela qual declinamos o convite”, foi a resposta do executivo Tales Cubero, da Citrosuco, para informar que a empresa não iria participar das negociações.

Rodrigues foi o interlocutor entre os produtores e a indústria, que mantêm uma relação conturbada e não conseguem negociar. Para isso, o ex-ministro teve o aval da Câmara Setorial do Ministério da Agricultura e conseguiu o “sinal verde” da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus) e das três outras grandes produtoras de suco de laranja do Brasil – Cutrale, Citrovita e Louis Dreyfus (ex-Coinbra).

O ex-ministro propôs, então, à Câmara Setorial da Citricultura, que sejam criados Consecitrus específicos para cada indústria, já que as empresas possuem um mercado comprador específico, o que determina distintos modelos de produção. “A abertura para se negociar foi feita, agora vamos ver o que acontece”, disse, com pouco entusiasmo, Flávio Viegas, presidente da Câmara Setorial e da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus).


Fonte: Agestado 15/06/2007