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Safra 2009-2010
11 de janeiro | 2010
Embora a safra se encerre oficialmente em junho de 2010, o que ocorrer nos próximos meses pouco afetará os resultados para os citricultores.
Esta safra foi seguramente a pior da história da nossa citricultura e deve atingir o objetivo de excluir mais 2000 citricultores do setor, conforme previam fontes da indústria.
Esse é o resultado de 17 anos de atuação do “oligopólio”, que está sendo investigado por cartel, e pela falta de atuação das instituições que deveriam conter a sua ação predatória.
Os baixos preços pagos aos citricultores têm sido justificados por informações parciais e sem apresentação de números para comprová-las. A indústria fala em queda da demanda sem falar da queda da oferta e em grandes estoques que não se confirmam pelos dados do USDA.
A realidade é que as grandes distribuidoras de sucos como Coca Cola e Pepsi Cola têm feito enormes investimentos em suas operações voltadas aos sucos de frutas, cientes de que cada vez mais os refrigerantes darão lugar a produtos mais saudáveis, inclusive nos países menos desenvolvidos.
O crescimento do mercado do suco NFC demonstra bem este fato. Os consumidores estão dispostos a pagar três vezes ou mais por um suco que seja percebido como de melhor qualidade e mais saudável. Isto se tem refletido na substituição do suco concentrado pelo NFC nas exportações brasileiras, porém os valores de registro das exportações não espelham esse fato, com enormes prejuízos para o país e para os citricultores.
A redução da oferta deve-se acentuar na próxima safra, com uma queda que pode chegar a 25% na produção da Flórida e 20% na de São Paulo, o que já se está refletindo nos preços recebidos pelos citricultores norte-americanos que deverão passar de US$10,00 por caixa.
Se houvesse concorrência, a queda de oferta, a recuperação da demanda e os aumentos de preço do suco a granel, deveriam refletir-se no preço da caixa de laranja também para o citricultor brasileiro.
Flávio Viegas