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Safra de laranja em SP será menor este ano.
03 de outubro | 2007
A produção de laranja de São Paulo, – que concentra cerca de 90% da brasileira – já registra perdas de, no mínimo, 5% este ano. Além da estiagem, a incidência da doença conhecida como “amarelinho” – que causa desfolhagem da árvore e expõe a fruta diretamente ao sol – estão provocando a quebra de produção nos pomares. Já se fala que essas perdas podem atingir entre 10% e 15% da safra paulista.
“A fruta fica queimada e não serve para nada, problema que está mais grave na região Norte do estado”, diz Ademerval Garcia, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus). Por conta da forte incidência dessa doença, os produtores estão antecipando a colheita para não piorar a situação. “Mas a laranja chega menor e com menos suco. Além disso, as indústrias estão abarrotadas da fruta antes da hora. Desde setembro, as fábricas estão muito cheias”, completa Garcia.
Além de frutos que estão sendo perdidos, o prejuízo também se estende a um menor teor de água na fruta. “Para se fazer 1 tonelada de suco, são necessárias em torno de 230 caixas. Com a laranja menor, sem água, esse quantia sobe para cerca de 240 caixas”, segundo Marcos Antônio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, município integrante da região Araraquarense, maior produtora de laranja de São Paulo.
Safra 2008/09:
O maior prejuízo, segundo Santos, não será nesta safra, mas na próxima. A forte chuva fora de época de junho causou a florada precoce dos pomares que agora estão sem novas precipitações. “Trabalhamos com um fato: já temos até o momento perda de 20% para a safra 2008/09. Se a chuva não chegar, esse percentual poderá aumentar muito”, diz Santos.Garcia, da Abecitrus, diz que não tem estimativa do quanto essa estiagem deve afetar a produção do ano que vem. “Mas, de fato, o processo está muito atrasado. Existe sim essa chance. Se as chuvas nas áreas de laranja seguirem a previsão meteorológica, ou seja, virem somente na segunda metade de outubro, fatalmente teremos perdas significativas na safra que vem”, avalia Garcia.
Produção:
De acordo com estimativas da Secretaria de Agricultura de São Paulo, nesta safra, o estado iria produzir 360 milhões de caixas. “Acreditamos que haverá uma quebra por causa da seca, mas ainda não sabemos de quanto”, diz Antônio Queiroz, secretário-adjunto da pasta. No pior dos cenários – se a quebra atingir 15% – a produção recuará para 306 milhões de caixas.
Além do menor rendimento dos pomares e das perdas, causados pela estiagem e pela doença do “amarelinho”, os produtores de laranja estão convivendo com o efeito do câmbio valorizado.
Os contratos acertados para esta safra são de remuneração de US$ 3,50 por caixa, no entanto, o custo de produção (operacional) mais os custos com colheita, transporte da fruta e contribuição do Fundecitrus, resultam em uma despesa de US$ 7,30 (dólar a R$ 1,85), o que resultará nesta safra em prejuízo de cerca de US$ 3 por caixa, segundo Santos.
Fonte: Gazeta Mercantil
Autor: Fabiana Batista