O secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, comprometeu-se com produtores e indústria em ir a Brasília pleitear mais recursos para o combate ao greening, doença que afeta a citricultura mundial. “Vou a Brasília para tentar mostrar ao governo a necessidade de liberação de mais recursos.
O greening é uma doença séria com a qual temos que conviver”, afirma Sampaio. Ele comparou a doença à febre aftosa, que afeta o rebanho bovino brasileiro e requer aporte contínuo do Ministério da Agricultura. “Não existe erradicação e a convivência com o greening exige recursos contínuos para o combate”, ponderou o secretário.

Sampaio pediu que as quatro grandes processadoras de laranja assinem o convênio para liberação de R$ 6 milhões que serão destinados ao combate à doença nos pomares paulistas. “Não vou dizer que a indústria fechou o compromisso, mas ficou sensível ao meu apelo”, afirma.

Além da viagem a Brasília, Sampaio afirmou que o governo paulista avalia formas de ampliar a participação do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Com isso, além de detectar a doença, o Fundecitrus também poderia coletar amostras e enviá-las para análise dos laboratórios da secretaria em Cordeirópolis, como já ocorre com o cancro cítrico. “A medida será levada para análise jurídica, mas o objetivo é ganhar agilidade”, segundo o secretário.

As reuniões do setor na Secretaria da Agricultura tiveram início em agosto, com o propósito de discutir uma forma de convivência pacífica na cadeia produtiva. Este é o terceiro encontro, o primeiro entre indústria e produtores. “É um avanço cuidadoso para discutir custo de produção e planejar ações futuras, não para falar sobre contrato. Eventualmente, poderemos falar sobre a formação de preços, mas antes vamos consultar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, diz Sampaio sobre as reuniões realizadas na sede da secretaria em São Paulo.

Levantamento da Safra
Outro ponto levantado na reunião foi a divulgação do levantamento de safra. A demanda da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus) é que ela seja separada das demais culturas em São Paulo. Sampaio afirmou que concorda com a proposta da associação, mas diz que a secretaria estuda a metodologia de levantamento e a forma de divulgação das informações.

“Queríamos divulgar um dado que tivesse reflexo na realidade, que tivesse impacto sobre o setor e que todo o mercado esperasse, como acontece com o levantamento da safra da Flórida, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)”, comparou o secretário. Nos EUA, a primeira estimativa de safra é divulgada em outubro, período que coincide com a colheita. No Brasil, a colheita tem início em julho.
Agência Estado