A cana-de-açúcar é a grande propulsora do aumento dos preços da terra em São Paulo, segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA). O estudo mostra o comportamento dos preços na última década. No período, houve valorização de 400% em Araçatuba – onde o setor sucroalcooleiro é uma das matrizes econômicas – com o hectare valendo R$ 8,9 mil no ano passado. O estudo também apontou a diferença nas cotações na primeira metade da década e na última. Segundo o pesquisador Felipe Pires de Camargo, do IEA, a estabilização econômica trouxe uma crise para a agricultura, desvalorizando as cotações das terras. Por isso, na segunda metade e da última década os preços voltaram a se recuperar, puxados pelo crescimento da economia e pelo aumento da área destinada às lavouras de exportação e pelos preços commodities. Atualmente, o setor sucroalcooleiro vem estimulando o mercado de terras agrícolas. As terras mais caras do estado -Ribeirão Preto e Barretos – tiveram valorização de 1,17% e 2,76% entre 1995 e 2000. No entanto, chegaram a 18,51% e 19,42% nos últimos seis anos. Na região onde as cotações são as menores – Registro – a taxa foi de – 5,73% no primeiro período e de 9,73% no segundo. Para o pesquisador, a tendência, no longo prazo, é de alta, tendo como principal fator a demanda mundial crescente por biocombustíveis.
Fonte: Gazeta Mercantil