A seca nas mais importantes regiões produtoras de laranja de São Paulo e as altas temperaturas estão induzindo os citricultores a acelerar a colheita de variedades mais tardias, especialmente nas regiões norte e nordeste do Estado. Cerca de 95% do suco de laranja congelado e concentrado exportado pelo Brasil, o maior player mundial do setor, é produzido em São Paulo. Tem uma antecipação de colheita, para que a laranja não se estrague no pé, especialmente nas árvores que têm CVC (doença também conhecida como amarelinho), naquela região mais quente, no norte do Estado, segundo Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus, que representa indústrias exportadoras de suco. Como o amarelinho desfolha a árvore, a fruta fica sem proteção da folha e mais sujeita aos efeitos do calor a laranja pode perder água. Assim, alguns produtores tendem a antecipar a colheita para evitar que o fruto perca peso, o que acarreta em prejuízos financeiros. Além disso, essas condições climáticas de seca de mais de 60 dias no norte geram uma preocupação em relação à florada de agosto e setembro, considerada a principal para a cultura e determinante para o tamanho da produção na próxima safra. Deveria haver uma florada em setembro, mas não tem chuva para isso. As precipitações no cinturão produtor só devem ocorrer em outubro. O problema que já existe faz com que haja uma grande preocupação com o tamanho da safra do ano que vem (2008/2009). Ocorreu uma florada em meados de agosto, mas essa florada está sentindo muito. Provavelmente vai ocorrer uma queda intensa dessa florada e também uma queda anormal do chumbinho (frutos em estágio inicial), devido à baixa umidade. Essas condições se referem às regiões norte e o nordeste do Estado, onde o tempo tem castigado mais os laranjais. Essas duas áreas tradicionais responderam por mais de 60% da produção em 2005.

Fonte: Reuters.