Lá como cá a coisa tá feia!

22/08/2008

Venâncio relata abandono da Citricultura em Sergipe

Filho da região Centro-Sul do Estado, o líder da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna no Grande Expediente, da sessão desta quarta-feira (20) para relatar o abandono da Citricultura de Sergipe pelo governo do Estado.

“A situação da citricultura de Sergipe é crítica! A região Centro-Sul do nosso Estado é composta por 14 município produtores de laranja. Em todo Sergipe são 49.764 hectares plantados, sendo que 48.048 destes estão na região Centro-Sul, que detém 96,5% da área de laranja. Ao todo são 12 mil citricultores e 8,4 mil deles são pequenos, com uma área inferior a 10 hectares. Para completar são vários os problemas enfrentados naquela região, seja com a comercialização, baixa produtividade, a ocorrência de pragas e doenças, além da dificuldade no crédito agrícola”, comentou o líder da oposição. 

Venâncio Fonseca deu continuidade ao seu pronunciamento dizendo que “o programa de revitalização da citricultura que havia sido implantado pelo governo passado acabou! Naquela região foram investidos milhões. Em 2004, por exemplo, foram comercializadas 780 mil mudas, 1.151 famílias foram atendidas e 2.663 hectares foram revitalizados; em 2005, foram vendidas 975 mil mudas, 1.960 famílias foram atendidas e 3.180 hectares foram revitalizados. Já em 2006, foram 1,031 milhão de mudas vendidas, 2.518 famílias beneficiadas e 3.473 hectares revitalizados. No total foram 2,786 milhões de mudas comercializadas, 5.629 famílias atendidas e 9.276 hectares revitalizados. Ou seja, o programa surgiu para dar vida a região Centro-Sul e o governo passado procurou investir no pequeno produtor que é a grande maioria. Lamentavelmente, o governo das mudanças dizimou o programa”, alfinetou. 

“As mudas eram preparadas em viveiros telados, bem cuidadas e prontas para o plantio. Havia a erradicação dos pomares, onde o produtor tinha direito a um trator, gratuitamente, para derrubar o laranjal velho e doentio. Quem fornecia este trator era o governo do Estado e isso não ocorre mais; assim como eram as mudas cítricas que eram repassadas para os pequenos produtores. Hoje a única coisa que ainda é feita são as mudas do viveiro telado, mas assistência técnica e o acompanhamento da Endagro acabou, assim como a capacitação dos eventos. Até o governo do Estado disse que compraria um milhão de mudas e já reduziu o número para 600 mil”, reclamou Venâncio.

O líder da oposição ainda acrescentou dizendo que “a citricultura foi responsável pela geração de mais de 100 mil empregos. Hoje este índice caiu para menos de 50 mil. O ex-prefeito de Boquim, José Trindade, meu adversário político e que é um engenheiro agrônomo, concedeu uma entrevista no último final de semana quando afirma que o pequeno produtor está expelido do sistema, que o governo de Marcelo Deda (PT) está equivocado, quando distribui as mudas, mas não faz pesquisas”, citou.

Luiza Ribeiro – Em aparte, a também deputada Luiza Ribeiro (PTdoB) colocou que “eu fui testemunha do governo passado, através do Pronese, quando o governo de João Alves Filho (DEM), através das associações, se somava ajudando com as mudas, o trator, o adubo e um técnico acompanhando. Os produtores realmente revitalizam seus sítios. Hoje, apesar de o governo do Estado dar as mudas pela metade do preço, os pequenos agricultores estão sem condições. Um pessoa que tem cinco hectares, se não tiver ajuda do governo, não tem condições de sobreviver da terra. Peço ao governo atual que reveja este situação da citricultura que realmente é crítica”, disse.

Em seguida, Luiza Ribeiro fez uma denúncia grave contra o também deputado Valmir Monteiro (PSC). “Se o projeto estava bom, deveria ser mantido; se não estava, ele deveria ser melhorado. Lamento muito que neste programa também englobou pessoas de má fé que pegaram o dinheiro no município de Lagarto. Certas associações, ligadas a um deputado (Valmir Monteiro), receberam o dinheiro para comprar o adubo e não o fizeram. Compraram sim uma tal de raspa de mandioca. Estas associações deveriam ser punidas, e não o governo atual simplesmente acabar com o projeto. Eu denunciei isso na época, assim como uma emissora de rádio de Lagarto”, denunciou.

Fonte: Habacuque Villacorte, Agência Alese