Suco: Cade afirma que crise pode incentivar formação de cartéis.

25/10/2008

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça declara que a crise econômica mundial deve provocar alterações no movimento de fusões e aquisições, diminuindo os casos de fusões simples, motivadas pela concessão de crédito pelos bancos de investimentos. Segundo o Cade, operações nas quais empresas são adquiridas por causa de resultados adversos, como, por exemplo, prejuízos decorrentes da dívida atrelada ao dólar devem crescer. A tendência geral é que haja uma queda nas fusões e aquisições, segundo o conselheiro Olavo Chinaglia. Mas é claro que há empresários que buscam oportunidades em momentos de crise e fazem aquisições de companhias em situações difíceis, segundo ele. Para o presidente em exercício do Cade, Paulo Furquim, existe queda no valor dos ativos de grandes empresas, mas ainda não se configurou queda na produção. Os efeitos da crise ainda estão por vir. A economia brasileira não está diminuindo. A projeção do PIB para 2009 também é de crescimento. Isso significa que as empresas, na média, vão produzir mais, segundo ele. A crise internacional também poderá levar a um aumento nos casos de cartel. Alguns empresários podem tentar compensar as perdas nas margens de lucros, realizando acordos de preços com concorrentes. Se as dificuldades atingirem setores inteiros da economia, os empresários podem alegar ao Cade a necessidade de realizarem “cartéis de crise”. Essa figura ocorre quando um determinado setor vive um momento de dificuldade tão intenso que pede ao Cade autorização para cotar preços uniformes aos consumidores.

Fonte: Valor Econômico