Excesso de umidade afeta a fruticultura

19/02/2010

Publicado em 19/02/2010

O forte calor do início de fevereiro se repetiu em alguns municípios no começo da semana, como Iguape, que registrou as maiores temperaturas do período - a máxima chegou a 38,2 graus e a mínima ficou em 23,7 graus. Outros municípios, como Taubaté, Presidente Prudente e Campinas, registraram máximas de 34,6 graus, 33,7 graus e 33,6 graus, respectivamente.

No meio da semana a massa de ar quente enfraqueceu e áreas de instabilidade passaram a influenciar nas condições do tempo, favorecendo o aumento da umidade e a ocorrência de pancadas de chuvas isoladas, à tarde.

Mesmo com as altas temperaturas e o baixo volume de chuva, o solo está bem abastecido de água, se mantendo acima dos 60% na maioria dos municípios. Em Presidente Prudente, Franca, Itapeva e Taubaté o total de água disponível no solo é superior a 80%.

Na região de Ilha Solteira, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto o total de água disponível está entre 55% e 60%. Mesmo abaixo das demais regiões, este nível de umidade não chega a afetar o crescimento das pastagens e os cultivos em fase de desenvolvimento vegetativo, como a cana-de-açúcar.

É período de colheita da maioria das frutas de clima temperado e o clima que vem predominando desde o começo do mês acelera a maturação dos frutos, obrigando os produtores e antecipar a colheita. As chuvas intensas e frequentes, porém, prejudicaram o desenvolvimento e a qualidade dos frutos.

A safra de uva está com problemas de fungo, o que causa perdas na comercialização e afeta o preço da fruta no atacado. O figo está com baixa durabilidade no pós colheita e o clima do fim do ano passado prejudicou as áreas de caqui, goiaba, manga e abacate.

CITROS

No caso dos citros, embora não haja maiores perdas de produção, o custo de manutenção dos pomares deve aumentar por causa da maior incidência de doenças e pragas, favorecida pelo excesso de umidade. Os produtores enfrentam, ainda, dificuldades na colheita e transporte.

Em período de entressafra, a cana-de-açúcar que não foi totalmente colhida e sobrou no pé deverá ser colhida nesta próxima safra.

 
Autor: Ana Maria H. de Ávila
Crédito: Ana Maria H. de Ávila é pesquisadora do Cepagri/Unicamp. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br