Código Florestal, Meio Ambiente e atuações contra os agricultores e o povo brasileiro:

18/06/2010
EUA – FAZENDEIROS, PRODUTORES DE MADEIRA E AGROINDUDSTRIAS SÃO CHAMADOS A POR FIM AO DESMATAMENTO TROPICAL (DE FORMA A LUCRAREM MUITO MAIS) – O estudo, divulgado em 16/06/2010 no Congresso e com o sugestivo TITULO: “FAZENDAS AQUI, FLORESTA LÁ”, mostra que aumentar as proteções das florestas no Brasil e outros países tropicais levaria ao lucro líquido médio de US$ 200,0 bilhões para produtores de soja, carne, madeira e oleaginosas dos EUA até 2030.

WASHINGTON, DC – no Congresso dos EUA, lideres dos agricultores e dos produtores de madeira convocaram ontem (16/06/2010) os fazendeiros e o Governo para ajudarem a acabar com o desmatamento tropical. Para tanto, apresentaram um novo relatório mostrando que as produções agrícolas e de madeiras no exterior estão expandindo muito a produção, reduzindo as florestas tropicais do mundo, inundando o mercado mundial com produtos baratos e reduzindo a participação e os ganhos dos produtores norte-americanos. O Relatório estima que o fim do desmatamento aumentaria a receita final para os produtores americanos entre US$ 196,0 e US$ 267,0 bilhões até 2030, valor aproximadamente igual ao montante total a ser gasto com energia pelos agricultores durante o período.

Em uma teleconferência para divulgar tal Relatório, a União Nacional de Agricultores, a Associação Americana de Florestas e Celulose, o Sindicato dos trabalhadores (que representa os trabalhadores de produtos florestais) e a Associação de Produtores de Milho de Ohio pediram a maior proteção das florestas tropicais, MAS como parte de uma legislação de energia e de clima global e de outras políticas. Eles observaram que o desmatamento e a queima de florestas tropicais, insustentáveis, pela agricultura e por agroindústrias no exterior produzem mais gases do efeito estufa do que todos os carros, caminhões, tratores e equipamentos agrícolas do Mundo juntos.

"Salvar as florestas tropicais não é mais apenas para os naturalistas protetores de arvores (ONGs)”, disse Fred Yoder da Associação de Produtores de milho de Ohio e vice-presidente da Associação.

O relatório intitulado "Fazendas aqui, Florestas lá: Desmatamento Tropical “versus” Competitividade da Agricultura e do Cultivo de Madeira nos EUA" foi escrito por Shari Friedman, David Gardiner e outros, em nome da União Nacional de Agricultores e da Associação par o desmatamento evitado. O texto original e integral está disponível em www.adpartners.org/agriculture, juntamente com os efeitos do desmatamento tropical por Setor e por Estado na agricultura e no Setor madeireiro dos EUA.

"Os agricultores e os pecuaristas americanos sabem da importância de serem bons administradores da terra" disse Roger Johnson - Presidente da União Nacional de Agricultores (semelhante a nossa CNA) e que, recentemente, retornou de uma viagem de uma semana para o Brasil, onde estudou a relação entre a evolução da agricultura e do desmatamento. "Como os agricultores familiares brasileiros lutam para manterem-se em suas terras, nós (americanos) temos que ter certeza de que isto não ocorrerá por práticas como o desmatamento irresponsável".

O Relatório também destaca que a indústria da madeira dos EUA perde bilhões de dólares por ano, devido à exploração madeireira ilegal no Brasil e em outros países tropicais. O Relatório é divulgado apenas dois dias após Agentes da Policia Ambiental de Mato Grosso prenderem agricultores suspeitos de envolvimento na extração ilegal de madeira.

"A continua e desenfreada extração ilegal de madeira nos países tropicais mostra que precisamos fortalecer nossos esforços pela aplicação da Lei, de forma a permitir que os americanos possam competir em igualdade de condições", disse Donna Harman - Presidente da American Forest & Paper Association (Associação Norte-Americana de Florestas e Celulose). "Ao mesmo tempo, proteger as florestas tropicais, através de manutenções/compensações, pode fornecer uma maneira acessível para a nossa indústria de produtos florestais e de outros fabricantes e ainda para manter os nossos custos de energia a preços acessíveis, segundo a nossa abordagem de mudanças climáticas".

Ainda segundo o Relatório, as manutenções e compensações das florestas tropicais podem reduzir os custos da legislação climática entre 25% e 50% (kyoto e posteriores). No entanto, apesar da recente Lei americana (American Power Act) incluir disposições importantes que visam à proteção das florestas tropicais, ela também reduziu tanto os financiamentos públicos, como os incentivos privados para tais finalidades.

"Atualmente, a América está perdendo milhares de empregos por causa da extração ilegal de madeira e do desmatamento tropical, sendo que em vez disso, deveria estar ampliando-os em casa”, disse Keith Romig, Representante para Assuntos Estratégicos do Sindicato dos Trabalhadores. "Qualquer política climática que tenha como objetivo proteger os empregos americanos também terá que proteger as florestas tropicais."

Os principais pontos econômico-financeiros apontados no Relatório são:

Acabar com o desmatamento - através de incentivos dos EUA e de uma política climática internacional - aumentaria as receitas agrícolas nos EUA entre US$ 190,0 e US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030. Este aumento inclui entre US$ 141,0 e US$ 221,0 bilhões de benefícios diretos no aumento da produção de soja, carne, madeira, óleo de palma e substitutos de óleo de palma nos EUA;

A inclusão de possíveis compensações florestais tropicais na legislação climática dos EUA pouparia sua agricultura e as agroindústrias dependentes de cerca de US$ 49,0 bilhões em custos de adaptação, devido aos menores custos com energia e fertilizantes;

Os produtores de madeira poderiam ter aumentos em suas receitas entre US$ 36,0 bilhões e US$ 60,0 bilhões até 2030, com os maiores ganhos na Pensilvânia, Tennessee, Flórida, Virgínia e Carolina do Norte;

Cada Estado produtor de soja - como Iowa, Illinois, Minnesota, Nebraska e Indiana - poderia ganhar entre US$ 2,6 e US$ 6,8 bilhões em aumento de receitas até 2030, se o desmatamento tropical for interrompido;

Os Estados produtores de oleaginosas (incluindo Iowa, Illinois, Minnesota e Dakota) poderiam ganhar um total entre US$ 18,0 e US$ 40,0 bilhões de receitas até 2030, se o desmatamento for paralisado;

A indústria da carne dos EUA ganharia entre US$ 53,0 e US$ 68,0 bilhões até 2030, se o desmatamento for paralisado, com os maiores aumentos no Texas, Nebraska, Kansas e Oklahoma.

"Assim, proteger as florestas é uma estratégia “ganha-ganha” para o clima, para o consumidor americano e para os agricultores e pecuaristas" dos EUA, disse Jeff Horowitz, fundador da Associação para o Desmatamento Evitado.”

COLABORAÇÃO DE DEPUTADO ALFREDO KAEFER (PSDB-PR)
Tradução e versão do Prof. Climaco Cezar - Assessor Especial do Dep. Kaefer
Brasília - (DF) - 17/06/2010