Greening aumenta 60% nos laranjais
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13/09/2010 |
Maior produtora, região central do Estado é a mais afetada pela doença, com 61,7% dos talhões contaminados.
Fundecitrus diz que a doença tem crescido a partir de Araraquara e se disseminado pelos municípios vizinhos.
José Manoel Lourenço
Colaboração para a folha,de Ribeirão Preto
O índice de greening nos laranjais da região, a principal produtora do país, aumentou cerca de 60% desde o ano passado. Os dados são de um novo estudo feito pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), que avaliou a situação em 93 mil talhões paulistas.
O greening é a pior doença de citros, não tem cura e provoca a "morte econômica" da planta. Do total de talhões avaliados, 36 mil apresentaram contaminação - cada talhão representa, em média, 2.000 árvores.
A região central do Estado, onde se concentra a maior área citrícola e estão grandes municípios produtores como Araraquara e Matão, é a mais afetada, com 61,7% dos talhões contaminados.
"O que se observa é um raio de crescimento da doença partindo de Araraquara e, a partir daí, a sua disseminação pelos municípios vizinhos", afirmou Cícero Augusto Massari, gerente técnico do Fundecitrus.
O presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), Flávio de Carvalho Pinto Viegas, classificou a disseminação da doença nos laranjais da região como "uma ameaça seriíssima".
"O greening avança de forma consistente e vai colocar em risco o futuro da citricultura, sobretudo porque não há formas de erradicá-lo", afirmou Viegas.
Controle
A única forma de controlar a doença é a eliminar as árvores afetadas. Essa foi a alternativa encontrada pelo produtor José Osvaldo Junqueira Franco, de Bebedouro.
Dos 60 mil pés de laranja plantados neste ano pelo produtor, cerca de 3 mil (5%) tiveram de ser sacrificados.
"No ano passado, o problema não era tão grave, mas em 2010 pudemos perceber que o greening aumentou demais na nossa região. O sinal está amarelo, mas já é um amarelo-vermelhão."
Franco, que é presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, entidade que reúne cerca de 1.600 associados, disse que um dos principais problemas no combate é a falta de estratégias conjuntas dos produtores.
"Acaba por ser frustrante arrancarmos as árvores e os produtores das proximidades não fazerem o mesmo, facilitando a disseminação da doença", afirmou Franco.
Segundo Cícero Massari, do Fundecitrus, embora a erradicação do greening seja impossível, o controle pode ser feito com medidas preventivas como a compra de mudas sadias e a pulverização contra o inseto vetor.
No entanto, segundo ele, essas ações devem ser tomadas pelos produtores de forma conjunta e, preferencialmente, no mesmo período.
Fonte: Folha de S. Paulo |
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