Indústria do suco reafirma: não quer contrato padrão.

05/02/2007
Nem a intermediação de Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura, conseguiu mudar a posição da indústria esmagadora de suco de laranja que mantém a decisão de não criar contrato padrão no setor, o chamado Consecitrus. No caso, o preço pago pela caixa de laranja seria determinado pela qualidade e teor de suco. A declaração foi dada ontem à Tribuna por Ademerval Garcia, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Citros (Abecitrus). Rodrigues começou a sondar o setor, posicionando-se como um interlocutor entre produtores e indústria nas negociações, atendendo um pedido da Câmara Setorial Citrícola. Rodrigues aceitou a missão e há 15 dias está conversando com as partes interessadas. Garcia, que já foi procurado pelo ex-ministro, garante ter deixado claro que as empresas não têm intenção em firmar um contrato padrão. Já tivemos vários problemas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Qualquer contrato deste tipo pode parecer cartel e isso, as empresas não querem de jeito nenhum, afirma. O presidente da Abecitrus diz que as quatro empresas que hoje dominam o mercado preferem continuar negociando individualmente com seus fornecedores. Entretanto, segundo Garcia, Rodrigues deve procurar cada uma delas. Flávio Viegas, presidente da Associação dos Citricultores (Associtrus), diz que a participação de Roberto Rodrigues no debate abre possibilidade de negociações e dá esperança à cadeia produtiva que defende o Consecitrus, considerado a única maneira de se obter uma remuneração justa. Viegas, que também já se reuniu com Rodrigues, diz que agora o ex-ministro também pretende conversar particularmente com cada empresa. (Fernanda Manécolo) Tribuna Impressa - publicado em 01/02/2007