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A citricultura frente ao avanço da cana.

01/09/2008
     
Escrito por D?cio Joaquim 

A citricultura frente ao avan?o da cana

Assunto por demais questionado, o aumento dos plantios de cana-de-a?car em ?reas tradicionalmente ocupadas porpomares de citros divide opini?es, podendo assumir um papel de incentivo ? melhoria da produtividade da citricultura 

Qual ? a verdadeira influ?ncia que o avan?o da cultura canavieira vem exercendo sobre a citricultura ? Efetivamente a cana-de-a?car deve ser tratada como uma forma de amea?a aos plantios de laranja? Qual o quadro de perspectivas que podemos montar a partir da situa??o atual da distribui??o da geografia da cana no estado de S?o Paulo? S?o muitas as perguntas e para tentar respond?-las foi organizado um simp?sio na EECB - Esta??o Experimental de Citricultura de Bebedouro, durante os dias 20 e 21 do ?ltimo m?s de setembro, analisando o ?Panorama da citricultura frente ao avan?o da cana-de-a?car?. Organizado pela Esalq ? Escola Superior de  Agricultura ?Luiz de Queiroz?, atrav?s do Gape ? Grupo de Apoio ? Pesquisa e Extens?o, do Gelq ? Grupo de Estudos ?Luiz de Queiroz? e da Fealq ? Funda??o de Estudos Agr?rios ?Luiz de Queiroz?, com a colabora??o da Coopercitrus e da pr?pria EECB, o encontro possibilitou compara?es entre os sistemas de produ??o das duas culturas permitindo visualizar tend?ncias que s?o formatadas a partir de muitos par?metros, na maioria deles longe do poder de decis?o e influ?ncia do produtor agr?cola. 

 A ?nica verdade  

 ?A experi?ncia individual ? o ?nico crit?rio real da verdade?. Essa express?o foi utilizada pelo engenheiro agr?nomo Maur?cio Palma Nogueira, ao explicar que n?o existem leis eternas e verdades objetivas, mas sim, opini?es. Para ele, ?o choque de opini?es seleciona sempre a melhor solu??o, a mais ?til?. Palma Nogueira, que representa a Scot Consultoria (scotconsultoria@scotconsultoria. com.br) procurou mostrar que a realidade das propriedades agr?colas ? diferente e justamente por isso n?o existe a perfeita. A boa fazenda agropecu?ria ? aquela na qual o produtor consegue fazer o melhor poss?vel dentro da realidade dele. Evidente que esse ?melhor?  depende de conceitos tecnol?gicos, do capital dispon?vel, do investimento produtivo, do n?vel das benfeitorias, dos bens e produtos, da regi?o geogr?fica etc. Da mesma forma, ? importante considerar que os n?veis m?dios de produtividade no Brasil s?o baixos, em qualquer atividade rural. Na pecu?ria, por exemplo, ainda se discute a necessidade da produtividade. Poucos s?o os produtores que atuam dentro de um profissionalismo tal, suficiente para controlar custos, prevenir excessos de gastos, preparar um or?amento anual etc. Desta maneira, a cana-de-a?car que muitos enxergam como uma amea?a pode bem ser uma alternativa interessante para um sem n?mero de propriet?rios. A cana pode ser encarada como uma oportunidade estrat?gica,  uma vez que tem a possibilidade de pagar por ?reas da propriedade que vem sendo sub-utilizadas, at? mesmo financiando a implanta??o de futuros pomares de citros. Preocupar-se com o crescimento da cana simplesmente pela id?ia tendenciosa que se transmite para a sociedade, mesmo no exterior, que essa cultura n?o pode ser ecologicamente sustent?vel, n?o ? o mais correto. N?o ? a melhor medida proibir o plantio de cana, como j? ocorreu em Rio Verde, GO, por exemplo. Com isto apenas se favorece algum interesse que n?o o da agricultura. Bloqueia-se a oportunidade que o produtor poderia ter de ganhar mais com a terra. Como dizer que seja ruim uma atividade que permitiu em 2006 um lucro entre 200 e 750 reais por hectare/ano ? A mais otimista previs?o em rela??o ao aumento de ?rea plantada da cana-de-a?car no Brasil sugere que em 2015 a cultura estar? ocupando 1,2% da ?rea total do pa?s, o que n?o justifica os rumores de que a agricultura de alimentos estaria sendo prejudicada pelo avan?o da cana. De qualquer modo, caso estas previs?es se confirmem favoravelmente ? continuidade do avan?o da cana-de-a?car pelo pa?s, o agropecuarista de qualquer atividade agropastoril mesmo que n?o plantar cana, ter? nela o seu par?metro de efici?ncia. O produtor, que j? est? se acostumando que a refer?ncia de produ??o ou de custo n?o pode mais ser avaliada por p? de laranja, mas por ?rea, est? descobrindo quanto pode render o alqueire ou o hectare de solo. Nessas condi?es, o eficiente ser? aquele que auferir em qualquer atividade, mais do que o valor que lucraria caso tivesse plantado cana-de-a?car no mesmo terreno. 

Troca de cultura  

Segundo Maur?cio Nogueira, ?? de se esperar que ap?s sucessivas crises em determinada atividade agr?cola, 80% dos produtores venda a terra ou a arrende para terceiros. Interessante que essa realidade n?o se altera, mesmo considerando o passar dos anos, j? que traumas financeiros vividos pelos pais tamb?m marcam os filhos. Na citricultura n?o foi diferente. De  acordo com a Associtrus, nos ?ltimos 12 anos houve uma redu??o de 73% no n?mero de citricultores?. Al?m disso, deve-se considerar tamb?m que situa?es como a relatada acima provocam uma extrema altera??o tanto para quem saiu, como para quem ficou na cadeia. Imaginemos os muitos fatores que fizeram com que milhares de produtores deixassem de plantar laranjas e, evidentemente, todos esses fatores convergindo para falta de lucratividade. O pre?o poderia ter sido um recurso para prolongar a perman?ncia de muitos na atividade, mas a produtividade garantiria a maioria e por muito mais tempo. Acontece que, a diminui??o do n?mero de citricultores devido a muitos deles n?o conseguirem alcan?ar um determinado patamar m?nimo de produtividade, far? com que esse ?ndice de sobreviv?ncia aumente para os produtores que continuarem na atividade, exigindo investimentos e aumento de custos, mas tamb?m propiciando qualidade e melhora no valor agregado final da fruta. Esse ? o desafio para agr?nomos e produtores: melhorar a qualidade e fazer a propriedade render o que a cana rende. Um desafio que ter? de ser encarado por todos os agropecuaristas brasileiros, uma vez que o avan?o da cana obrigar? ganhos de produtividade em todo o setor rural, exigindo a reorganiza??o do cen?rio agropecu?rio nacional. Se realmente, nos pr?ximos 8 anos houver um aumento de mais de 100% na produ??o nacional de cana voltada para o ?lcool e de 50% na produ??o nacional destinada para o a?car, haver? particularmente uma competi??o com atividades agropecu?rias regionais, especificamente exercendo uma forte press?o sobre a pecu?ria de corte ? fiel da balan?a agropastoril, que, para sobreviver, dever? promover parcerias com a agricultura, cedendo de 15 a 30 milh?es de ha, necess?rios como fonte subsidiadora de capital para o pecuarista, que dever? aumentar sua tecnifica??o, triplicando a lota??o dos pastos. Mas, o que parece muito importante frisar ? que os acontecimentos relacionados ao futuro promissor da cana-de-a?car est?o diretamente relacionados aos humores dos mercados internacionais do petr?leo, do etanol, e do a?car; do mercado nacional de energia el?trica; das novidades em termos de biocombust?veis; al?m das pol?ticas ambientais e administrativas desenvolvidas nos v?rios pa?ses-chaves e no Brasil. Enfim, a relatividade do processo n?o deve levar ao derrotismo.  

Para sobreviver  

Defensivos e fertilizantes representam cerca de 43% do custo de produ??o da laranja. N?o ? surpresa para nenhum produtor a informa??o de que esses insumos t?m apresentado pre?os acima da infla??o. De acordo com o Cepea, nos ?ltimos doze meses os pre?os em US$/t FOB, da Ur?ia, do Super Fosfato Triplo e da f?rmula 20-05-20, estiveram 58% maiores do que a m?dia dos anos anteriores. No caso do diesel o valor do litro em US$ representou 107% mais. Varia?es de pre?os de insumos acima da infla??o, pre?o do d?lar caindo e os aumentos dos valores da caixa de laranja abaixo da infla??o, acarretam na eleva??o do custo da unidade, fazendo com que se torne obrigat?rio o aumento da produ??o por ?rea, elevando a produtividade necess?ria para a sobreviv?ncia na atividade. Como exemplo, com a produtividade de 1.050 caixas de 40,8 kg de laranjas por hectare (que ? praticamente o dobro da alcan?ada hoje pela m?dia de produtores), a um custo operacional de R$ 7,40/caixa, empataria com a cana arrendada que lucrasse R$ 450/ha/ano caso vendesse a caixa de laranjas por R$ 7,83. J?, para uma cana que lucre R$ 750/ha/ano, a caixa deveria ser vendida por R$ 8,11. Tempo ? dinheiro. Quanto tempo e dinheiro levar?o para elevar a produtividade do investimento para que se possa competir com a cana?  

As coisas mudaram  

A economia mudou desde a elei??o do primeiro mandato de Lula, quando os valores da laranja em d?lares estavam maiores e os produtores preferiam os contratos naquela moeda. Hoje o panorama mudou e devem mudar as rela?es comerciais na citricultura. A cana-de-a?car ser? uma motiva??o para produzir mais. Pode-se plantar cana, inclusive sem arrendar a terra para a usina, assumindo maiores riscos, com a inten??o de se investir na atividade da laranja. A presen?a do Greening tamb?m ? um complicador e um diferencial na an?lise a longo prazo. Quais ser?o os resultados da pesquisa cient?fica ? Qual o tempo de vida dos pomares, em fun??o desta doen?a ? Qual o adensamento mais interessante a se adotar ? E para aquelas empresas citr?colas que t?m tamb?m neg?cios em outras ?reas, compensa continuar a investir em uma atividade produtiva, mesmo sabendo que o custo do capital toma o lugar do resultado financeiro ? ? dif?cil responder com precis?o, uma vez que existem outros fatores de risco que devem ser levados em considera??o, mas o certo ? que a nova citricultura exige financiamento para os altos investimentos necess?rios ? mudan?a citada em busca da produtividade, al?m de enxergar as altera?es para a eleva??o da produtividade m?dia dos pomares acontecendo a longo prazo. A mudan?a de tecnologia obrigar? a uma espera. Considerando o plantio dos primeiros talh?es, a entrada em produ??o, a renova??o dos demais pomares, esse tempo n?o seria inferior a 15/20 anos. Sem d?vida, a atividade.

Fonte: Agrofit - www.agrofit.com.br

 


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