O Governo do Estado atrav?s do Instituto Mineiro de Agropecu?ria (IMA) publica Portaria de n? 936, datada de dois de outubro, disciplinando a entrada, o com?rcio e o tr?nsito de plantas, frutas, flores de corte e material propagativo das esp?cies hospedeiras da Mosca Negra dos citros em Minas Gerais.
A medida foi tomada pelo governo mineiro visando proteger as ?reas de produ??o das esp?cies hospedeiras da mosca negra, considerada inseto-praga quarenten?ria, uma vez que s?o desconhecidas as formas efetivas de seu controle no pa?s.
Com origem asi?tica, a mosca negra dos citros (Aleurocanthus woglumi) est? presente em v?rios pa?ses da Am?rica do Sul, ?frica e ?sia e foi detectada pela primeira no Brasil, na regi?o metropolitana de Bel?m (PA) em meados de julho de 2001.
Atualmente a mosca j? chegou no Amazonas, Amap?, Maranh?o, Tocantins, Goi?s e em mar?o de 2008 foi notificada em S?o Paulo, contaminando os pomares de grandes munic?pios que s?o produtores de citros.
Exig?ncias
Pela Portaria do governo mineiro fica obrigat?rio o cadastro dessas ?reas de produ??o no estado, exceto sementes e material in vitro, das esp?cies hospedeiras (abacate, ?lamo, amora, ardisia, bananeira, buxinho, caf?, caju, carambola, cherim?ia, citros, dama da noite, gengibre, graviola, goiaba, hibisco, jasmim-manga, lichia, louro, mam?o, manga, maracuj?, marmelo, murta, p?ra, pinha, rom?, rosa, sapoti e uva) constante da lista oficial de pragas quarenten?rias presente no Pa?s.
Quando se tratar de mudas produzidas para plantio pr?prio, o produtor dever? apresentar ao IMA a declara??o comprobat?ria para essa finalidade.
Para o diretor geral da autarquia, Altino Rodrigues Neto, a entrada, o com?rcio e o tr?nsito dessas esp?cies, com ?s exce?es j? estabelecidas, em territ?rio mineiro, ficam condicionadas ? Permiss?o de Tr?nsito Vegetal (PTV), fundamentada no Certificado Fitossanit?rio de Origem (CFO) ou no Certificado Fitossanit?rio de Origem Consolidado (CFOC), acompanhados da "Declara??o Adicional ? n?o se observaram sinais de Aleurocanthus woglumi no local de produ??o durante os ?ltimos seis meses e a partida foi inspecionada, encontrando-se livre da praga".
O material em tr?nsito por ?reas de ocorr?ncia da praga, dever? ser transportado em ve?culo lonado, caminh?o tipo ba? ou com prote??o de tela de malha antiof?deo.
Exce?es e preju?zos
As esp?cies em refer?ncia poder?o transitar, desde que sem folhas e partes de ramos e acompanhadas de PTV, fundamentada em CFO ou CFOC, com os seguintes dizeres: "os frutos foram submetidos a processo de sele??o para a retirada das folhas e partes de ramos e a partida encontra-se livre de mosca negra".
O dano causado pela mosca ocorre quando ela suga as folhas tanto na fase jovem como na adulta, alimentando-se de grandes quantidades de seiva da planta e causando definhamento lento, at? a sua morte.
Al?m disso, ela excreta got?culas a?ucaradas sobre as folhas, local excelente para o desenvolvimento do fungo, chamado fumagina, que recobre a folha inibindo sua respira??o e a fotoss?ntese, j? com alta concentra??o da fumagina que interfere na forma??o dos frutos, prejudicando a produ??o e diminuindo o valor comercial do produto entre 20% a 80%.
Ciclo de vida
O inseto pode ser encontrado durante todo o ano, no entanto a sua reprodu??o ? baixa nos meses mais frios. Os ovos s?o depositados em espiral sobre as folhas, em grupos de 35 a 50. A eclos?o se d? em quatro a 12 dias, dependendo do clima. As f?meas podem gerar 100 ovos durante o ciclo de vida.
O IMA recomenda que os produtores das esp?cies hospedeiras inspecionem seus pomares, pois ? f?cil identificar a praga. Al?m da pr?pria mosca ser vis?vel, ela deixa sintomas do ataque, pois alimenta-se muito mais do que necessita e excreta uma grande quantidade de seiva, sobre a qual cresce mais fungo natural. Nesse local se forma uma mancha escura que ? vis?vel de longe. Ao constatar o sintoma, o produtor deve procurar o t?cnico do IMA de seu munic?pio ou no escrit?rio do ?rg?o mais pr?ximo de sua propriedade.
Paulo Renato Couto de Carvalho IMA
www.ima.mg.gov.br
