A denuncia de carteliza??o do mercado da citricultura por parte das  empresas  que controlam a produ??o de suco de laranja no pa?s foi feita por produtores rurais  da regi?o da Mogiana, interior do estado de S?o Paulo, e pelo presidente da Associtrus (Associa??o Brasileira de Citricultores) , Flavio Viegas, em reuni?o realizada na Assembl?ia Legislativa de S?o Paulo , com os deputados Sim?o Pedro (PT) e Barroz Munhoz , presidente da ALESP. Segundo os produtores rurais o quadro ? dram?tico  e vai provocar  uma  diminui??o da ?rea plantada, forte redu??o do emprego, concentra??o de renda e da propriedade rural ,  menos laranja no mercado  com pre?o baixo pago ao citricultor e custo mais alto para o consumidor final. Os deputados se comprometeram a encaminhar ao governo do estado as reivindica?es do setor.

A ind?stria esta pagando  aos citricultores entre R$ 3,50 e R$ 4,00 pela caixa peso (40,8 quilos) da laranja, o que , segundo os produtores, ? um valor  muito menor que o custo da produ??o que estaria em , no m?nimo,  R$ 12,00. ?Se n?o houver mudan?a neste processo teremos uma quebradeira geral  no setor, com uma redu??o ainda maior do n?mero de agricultores que investem na produ??o de laranja?, afirmou Fl?vio Viegas. Nos ?ltimos anos os produtores  passaram de aproximadamente 28 mil no final da d?cada de 90 para  apenas 8 mil.

?? necess?rio uma interven??o do governo  estadual que poderia comprar a laranja para consumo no mercado institucional,  para a merenda escolar, para os hospitais p?blicos  e para os pres?dios, por exemplo.Tamb?m  ? fundamental que a Secretaria de Agricultura do Estado assine  o conv?nio para implementar o Programa  Geosafra

A falta de assinatura do Programa Geosafras  por omiss?o  do governo estadual, n?o  permite que os citricultores consigam informa?es exatas sobre o total da  ?rea plantada, n?mero de ?rvores, idade dos pomares, n?mero de produtores, quantidade de produ??o destinada para a ind?stria  de sucos e  o estoque das empresas. Os n?meros fornecidos pela Secretaria  da Agricultura, pelo Instituto de Economia Agr?cola (IEA) s?o contestados pela Associtrus e  discrepantes  em rela??o aos n?meros  fornecidos pelas empresas do setor . ?N?o e xiste uma resposta minimamente confi?vel para uma pergunta simples : qual o tamanho da citricultura no estado de S?o Paulo ??, segundo relato dos citricultores. ? ? imperioso, portanto, que o governo do estado dialogue com os citricultores e assine o conv?nio com o governo federal?, argumenta o presidente da Associtrus , Fl?vio Viegas.

Al?m do valor pago pela ind?stria n?o  cobrir  o custo da produ??o, da aus?ncia de informa?es  sobre o mercado que impede a participa??o dos citricultores  em situa??o de igualdade com a ind?stria nos debates sobre o pre?o do produto, outras duas situa?es,  podem agravar ainda mais a queda da safra , que esta prevista para ser de 20 %  este ano, em rela??o a  2009 : a exist?ncia de um grupo de grandes produtores que recebem  tratamento privilegiado das ?quatro irm?s? e o custo pagos pelos fertilizantes, adubos , inseticidas, herbicidas e fungicidas.

? Existem aproximadamente 200 grandes propriet?rios que s?o os amigos privilegiados das ind?strias. S?o tr?s escalas de rela??o entre as ind?strias e os citricultores : a primeira ? a dos produtores  que as empresas querem que permane?am no mercado; a segunda ? a daqueles que elas pretendem  manter por mais algum tempo ; e a terceira ? a com produtores que as ind?strias querem expulsar  da citriculta ura? denuncia a Associtrus. As industrias n?o escondem que  mais de 92 por cento dos produtores, os menores, podem e devem erradicar seus pomares

Os  custos  s?o maiores para os pequenos produtores  pois os valores  pagos  pelos produtos qu?micos tem mais impacto na produ??o em decorr?ncia do menor poder de barganha no momento da compra. Agrava ainda mais o quadro a forma com que as ind?strias de agrot?xicos, inseticidas e fertilizantes  fazem a composi??o do pre?o de venda . Produtos com o mesmo princ?pio ativo s?o colocados no mercado com nomes diferentes o que permite diferen?a injustificada  de pre?o . Para garantir maior lucratividade estes produtos entram no mercado com autoriza??o para venda espec?fica para um determinado  tipo de cultura.  O produtor de cana e o citricultor compram produtos com o mesmo principio ativo pagando pre?os diferentes, ?s vezes com varia??o de at? 30%,  e  n?o conseguem receita

Greening

?O greening ? um problema grave mas hoje, para o agricultor,  esta dando mais prejuizo a ?rvore que produz, pois a despesa e os gastos s?o permanentes e n?o pagam o custo da produ??o?. Este desabafo resume a situa??o vi vida pelos agricultores. O greening ? uma praga, transmitida por uma mosca,  que obriga o agricultor a erradicar as ?rvores atingida pela doen?a.

Opera??o Fanta

H? tr?s anos uma opera??o desencadeada pelo Policia Federal, denominada Opera??o Fanta, apreendeu documentos e  computadores das industrias Cutrale, Citrosuco, Citrovita (Grupo Votorantin), Louis Dreyfus e Brascitrus acusadas de suposta forma??o de cartel na produ??o de suco de laranja. As quatro primeiras, juntas, dominam  as exporta?es brasileiras e mundiais de suco de laranja. O senador Eduardo Suplicy , do PT, apresentou um requerimento solcitando ao Senado uma audi?ncia p?blica para debater os problemas do setor

Fonte: Miguel Biazzo Neto
Assessor Deputado Sim?o Pedro