28/09/2009
A agropecu?ria brasileira tem recebido seguidas agress?es injustas,
embora seja extremamente competitiva e venha dando inequ?vocas
demonstra?es disto.
No ano passado, respondeu por 36% das exporta?es totais brasileiras, e
o saldo comercial do agroneg?cio, de 60 bilh?es de d?lares, foi mais que o
dobro do saldo comercial total do pa?s, de 24,8 bilh?es.
Nos primeiros 7 meses deste ano, com crise e tudo, e embora os pre?os
de quase todas as commodities agr?colas tenham ca?do em rela??o ao mesmo
per?odo do ano passado, o agroneg?cio exportou 45% de tudo o que o Brasil
mandou para fora, bem mais que em 2008!
Ali?s, ? bom lembrar que, em 1998, o agroneg?cio exportou 21,5 bilh?es
de d?lares, e no ano passado, o valor chegou a 71,8 bi.
O mercado interno tem sido abastecido com alimentos, fibras e energia
da melhor qualidade e a pre?os compat?veis. Expandiu-se a produ??o de frutas,
de flores e de org?nicos. Os agricultores enfrentaram as crises todas com
respostas progressistas e baseadas em tecnologia preservacionista e gest?o de
qualidade. Sustentabilidade ? hoje um tema importante em todas as modernas
fazendas brasileiras, bem como nas cooperativas agropecu?rias, nos sindicatos e
sociedades rurais.
Portanto, os produtores brasileiros t?m alimentado e vestido seus
concidad?os e produzem um saldo comercial salvador de nossa balan?a
externa. E, produzindo etanol que emite s? 11% do CO2 emitido pela gasolina,
ainda t?m contribu?do eficientemente para a redu??o do aquecimento global.
Mesmo assim, n?o existe um reconhecimento por estes resultados. Na
revista Veja desta semana, James ?Jim? Rogers, mega investidor norteamericano,
informa que os agricultores do mundo todo ser?o os grandes
respons?veis pelo progresso futuro, e deter?o parte significativa da renda
global. Os pa?ses desenvolvidos sabem disso e ap?iam com pesados subs?dios
aos seus produtores. Tanto ? que a Rodada de Doha da OMC, cujo objetivo ?
abrir o com?rcio mundial agr?cola, n?o avan?a por causa da prote??o dos pa?ses
ricos ? sua agropecu?ria
E aqui? S? pancadaria: n?o se resolve a quest?o do endividamento
passado, causado por quest?es macroecon?micas; o seguro rural continua sem
o Fundo de Cat?strofe, o que o limita totalmente; falta uma estrat?gia articulada
do governo para resolver as quest?es da log?stica, infraestrutura, agrega??o de
valor, promo??o comercial, etc. Mas dois temas s?o agora muito relevantes: o
ambiental e o fundi?rio.
Na ?rea ambiental, ? preciso resolver de vez a quest?o do C?digo
Florestal e do C?digo Ambiental, com participa??o dos agricultores. Hoje, a eles
s? se imputa o ?nus deste processo que interessa ? toda a sociedade. E na ?rea
fundi?ria, volta ? baila o tema dos ?ndices de produtividade, assunto
anacr?nico, do s?culo passado. Algu?m do governo quer arbitrar a
produtividade dos agricultores e pecuaristas: a fazenda que produzir abaixo
deste n?mero arbitrado pode ser desapropriada para fins de Reforma Agr?ria.
S? na agricultura! Porque n?o tem ?ndices de produtividade em banco,
supermercado, f?brica, bar, cinema, loja, etc? Porque o mercado desapropria
quem n?o for eficiente! Na agricultura agora tamb?m ? assim. Este foi um tema
para meados do s?culo passado, quando a agricultura n?o cumpria o papel que
hoje cumpre com grande efici?ncia.
Chega de preconceito!
FOLHA DE S?O PAULO ? 29.08.2009