12/01/2010
Um forte movimento especulativo de realiza??o de lucros derivado de proje?es menos catastrofistas para os reflexos negativos das atuais baixas temperaturas na Fl?rida sobre os pomares de laranja do Estado derrubou as cota?es do suco ontem na bolsa de Nova York.
Os contratos com vencimento em maio, que assumiram a segunda posi??o de entrega naquele mercado (normalmente a de maior liquidez) caiu expressivos 1.895 pontos, ou quase 13%, e fechou a US$ 1,3545 por libra-peso. Mar?o, que at? sexta-feira ocupava a segunda posi??o, recuou 1.930 pontos, para US$ 1,3185. Por causa do frio da Fl?rida, mar?o chegou a atingir US$ 1,5115 na semana passada, maior patamar observado desde o fim de 2007.
Conforme a ag?ncia Reuters, o Florida Citrus Mutual, principal associa??o de produtores de laranja do Estado americano, confirmou ontem a ocorr?ncia de danos, mas a confirma??o da intensidade desses danos ainda poder? demorar semanas. Estima-se que as perdas possam chegar 10%, mas ainda ? dif?cil precisar, sobretudo porque h? sinais contradit?rios para o comportamento do clima na Fl?rida nas pr?ximas semanas.
Independentemente disso, os estoques de suco nos Estados Unidos ainda se encontram em patamares confort?veis, conforme o Florida Citrus Mutual, apesar de uma queda nos ?ltimos meses em virtude de promo?es de vendas no varejo americano.
A ?ltima estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a produ??o de laranja na Fl?rida em 2009/10 sinalizou 135 milh?es de caixas de 40,8 quilos, o segundo menor volume desta d?cada. Pelo menos at? agora, ? uma queda muito mais atrelada a problemas clim?ticos anteriores e ? dissemina??o de doen?as como o greening e o cancro c?trico do que propriamente relacionado ao frio atual, como j? informou o Valor.
S?o Paulo re?ne o maior parque citr?cola do mundo, enquanto a Fl?rida aparece na segunda coloca??o no mesmo ranking. Maur?cio Mendes, presidente da AgraFNP no Brasil e membro do Grupo de Consultores em Citrus (GConsi), prev? a produ??o paulista em cerca de 300 milh?es de caixas em 2009/10, uma redu??o em torno de 15% sobre 2008/09.
Mendes explicou que as chuvas na ?poca da florada da safra paulista, nos meses de agosto e setembro de 2009, s?o as causas do encolhimento estimado. Mas Mendes ressalvou que ainda ? cedo para progn?sticos mais consistentes sobre perdas.
Fonte: Valor Econ?mico
