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Posições fluidas e incertas

02/12/2005
O presidente da Abecitrus, mais uma vez, reuniu a imprensa para exibir o seu j? conhecido malabarismo verbal sem nenhum compromisso com a verdade e com as suas declara?es anteriores.

Ap?s v?rios anos negando-se a discutir coletivamente com os citricultores um novo contrato, o sr. Ademerval Garcia convidou os diretores da Associtrus para uma reuni?o em 3 de fevereiro de 2003, na qual surpreendentemente mostrou a disposi??o da ind?stria que representa de discutir um novo contrato coletivo, ?tipo Consecana?, acenando, ao mesmo tempo, com a abertura para o retorno da Associtrus ao conselho do Fundecitrus , entidade da qual, apesar de co-fundadora, fora alijada numa das altera?es de estatuto feitas nas sombras, como ? praxe entre os s?cios da Abecitrus. Nenhum dos dois assuntos avan?ou.

Ap?s a tentativa de boicote ? instala??o da C?mara Setorial da Citricultura, disse, como foi registrado na revista Hortifruti de maio de 2005, que a ind?stria estava aberta para discutir um novo acordo coletivo e que o ambiente para a discuss?o seria a C?mara Setorial.

Apesar de reconhecer que a extin??o do contrato-padr?o, em 1994, contribuiu para aumentar a desigualdade na distribui??o da renda ao longo da cadeia produtiva e que o retorno do sistema teria um efeito social mais justo, a Abecitrus participou de apenas duas reuni?es do grupo indicado pela C?mara Setorial para discutir um novo acordo coletivo.

Lembrava que o novo acordo n?o significaria a homogeneiza??o dos pre?os, pois o acordo ofereceria um piso e a negocia??o caso a caso continuaria. A vantagem, ainda nas palavras do sr. Ademerval, seria que o acordo abrangeria toda a cadeia, haveria um indicativo de renda que permitiria seguran?a e previsibilidade nos investimentos. Por?m, j? na segunda reuni?o, a Abecitrus negou-se a continuar participando das discuss?es, alegando estar impedida pelo acordo de cessa??o assinado pela ind?stria, em 1994, com o Cade, para se safar das penalidades a que estaria sujeita por forma??o de cartel. Apesar de n?o ter cumprido as principais restri?es impostas pelo Cade, cumpriu fielmente as determina?es que eram de interesse da ind?stria e ?foi mais realista que o rei? ao aproveitar a oportunidade para, sem nenhuma compensa??o, transferir os custos, as obriga?es e os riscos da colheita e transporte da laranja para os citricultores. Apesar de o acordo de cessa??o ter sido arquivado em 1998, a Abecitrus usou o pretexto para escapar ao compromisso assumido.

Agora, em mais uma mudan?a na fluida postura que a caracteriza, a Abecitrus volta a afirmar, segundo jornalistas que compareceram ? entrevista coletiva de Ademerval Garcia, que n?o participar? mais das negocia?es do Consecitrus.

A mesma atitude contorcionista foi adotada em rela??o ao Fundecitrus. Ap?s ter informado que a ind?stria estava disposta a transferir para os citricultores a gest?o do fundo, aparentemente mudou o discurso .

O Fundecitrus, nas m?os ?zelosas? da ind?stria desde 1995, submergiu e vem sendo administrado como uma enorme ?caixa-preta?, onde a origem e o destino dos fundos s?o mantidos sob total sigilo. Sabe-se que h? muitos anos a ind?stria j? n?o contribui de forma parit?ria e sim de acordo com uma f?rmula secreta chamada ?f?rmula carneiro? .

Os pr?prios conselheiros, a maioria deles homens de confian?a da ?casa?, denunciaram que, na safra passada, a ind?stria recolheu aos cofres do fundo, dos recursos retirados dos produtores, a contribui??o correspondente a 230 milh?es de caixas, quando se sabe que foram processadas 340 milh?es de caixas. Coincidentemente a diferen?a de 110 milh?es de caixas ? a produ??o estimada da ind?stria. Outro dado revelador ? que, embora o recolhimento previsto, de R$ 0,18 por caixa sobre 340 milh?es de caixas, devesse atingir um total de R$ 61,2 milh?es, o or?amento votado pelo fundo era pouco superior a R$ 40 milh?es, portanto previa que a contrapartida da ind?stria seria tamb?m sonegada.

N?o bastando a pouco transparente gest?o financeira, o fundo n?o ? nada transparente no uso dos fundos arrecadados. Os projetos financiados n?o s?o tornados p?blicos e h? suspeitas de uso privilegiado das informa?es.

O Fundecitrus fracassou na conten??o da expans?o do ?amarelinho?, n?o foi capaz de identificar a tempo a ?morte s?bita?, que se originou em uma fazenda da ind?stria, e - a maior de todas as falhas - n?o foi capaz de detectar o aparecimento do ?greening? que surgiu e se expandiu na regi?o de Araraquara, debaixo do nariz do ?estado maior? da citricultura. A rela??o de fatos que comprovam a incompet?ncia com que vem sendo gerido o Fundecitrus ? intermin?vel.

A m? gest?o dos destinos do nosso setor n?o se limita ao Fundecitrus e ? Abecitrus. Mais de uma d?cada de pre?os aviltantes expulsou mais de 25 mil citricultores do setor e transferiu sua renda para o plantio dos pomares pr?prios da ind?stria, destruiu 150 mil empregos e a economia dos principais munic?pios citr?colas.

Em meados da d?cada de 80, o suco de laranja era comercializado acima de US$ 1.500,00 e a laranja era comprada a US$ 3,50 por caixa, na ?rvore. Estes valores corrigidos pelo CPI norte-americano corresponderiam a, respectivamente, US$ 3.000,00 e US$ 7,00. Naquela ?poca, o custo do suco correspondia a cerca de 30% do pre?o de venda ao consumidor. At? recentemente o suco vinha sendo comercializado a US$ 900 e o pre?o da caixa de laranja abaixo de US$ 3,00, enquanto, devido ?s doen?as, o aumento dos custos dos insumos e incorpora??o dos encargos de colheita e frete os custos de produ??o do citricultor saltaram para US$ 6,00. Assim, al?m de inviabilizar os citricultores, a nossa ind?stria acirrou a ira dos citricultores norte-americanos, que, apesar de todo protecionismo, encontraram o pretexto de que precisavam para aument?-lo ainda mais, com mais uma a??o anti-dumping contra a nossa citricultura. A ind?stria est? amea?ando transferir para os citricultores a pena que ela merecidamente recebeu. E alega, cinicamente, que ?liquida??o? de estoque n?o ? dumping!

Atualmente, mesmo diante de um evidente desequil?brio entre oferta e demanda causado pelos baixos pre?os, doen?as, pragas e furac?es que consumiram os estoques e reduziram a produ??o a um n?vel inferior ao consumo e provocaram a duplica??o dos pre?os internacionais do suco de laranja, a ind?stria ainda tenta manter os pre?os ao produtor abaixo de 50% do custo de produ??o. Dando um ?tiro no p?, mas locupletando-se ? custa do citricultor.

Fl?vio de Carvalho Pinto Viegas, presidente da Associtrus.

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