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06/12/2010
Uma reunio para discutir os destinos da citricultura no Brasil aconteceu na segunda-feira (29), na Estao Experimental de Citricultura, mas terminou como se esperava, sem consenso. O Jornal Impacto esteve presente ao debate e ouviu depoimentos de alguns presentes diretamente ligados ao assunto.
Para o deputado Davi Zaia, representante dos citricultores no Congresso Nacional, a Consecitrus tenta conciliar os interesses dos citricultores e da indstria, diminuindo, principalmente, o nmero de demandas judiciais entre as partes. Essa ideia vem lastreada na da Consecana, que alcanou o sucesso esperado.
?O objetivo da Consecitrus buscar o entendimento entre os diversos segmentos da cadeia produtiva no sentido de que todos possam ter conhecimento aprofundado da realidade da situao. Tudo para que pudssemos ter uma relao que no fosse esta que temos hoje, quando o preo da caixa da fruta num momento est R$ 6,00 e em outro est R$ 15,00, sem que o produtor saiba porque mudou tanto de uma hora para outra?, explicou o deputado.
J, para Flvio Viegas, ativo defensor e lder dos citricultores, a indstria vem fazendo uma grande presso no sentido que seja criado o Consecitrus, a curto prazo e a toque de caixa.
?Na verdade a Consecitrus uma antiga reivindicao da Associtrus, mas a proposta que a indstria coloca na mesa no tem nada a ver com a proposta da Associtrus. Ento vamos discutir essa questo e vamos tambm abrir o debate para aquelas pessoas que se manifestaram insistentemente contra o Consecitrus. Eu at acho que eles tm razo, porque o Consecitrus implantado de forma apressada no trar os benefcios ao produtor, que ns imaginvamos que pudesse trazer?, criticou Flvio Viegas.
O Impacto teve a oportunidade de ouvir um dos mais tradicionais citricultores da regio, Jos Gibran. ?Eu vim para ouvir a proposta que vo fazer, porque eu tenho uma pergunta: o citricultor, depois que sua produo sai da porteira para fora, tem algum controle sobre ela??. Ele manifestou sua insatisfao com o controle absoluto da indstria dentro da cadeia produtiva.
De acordo cm o presidente do Sindicato Rural, Jos Oswaldo Junqueira Franco, o produtor vem sendo ?atropelado? nesse processo de instalao do Consecitrus. Disse que o assunto no est bem claro.
?O produtor no sabe se isso vai trazer benefcios a ele, se vai trazer prejuzos. Ento essa reunio possivelmente mostrar como o produtor est se sentindo frente criao de um organismo que dever produzir mudanas drsticas no sistema de produo de laranjas, mas sem saber se sero benficas ou no?, ponderou o citricultor.
Quanto ao produtor de laranjas ainda sentir-se incentivado a voltar a produzir, a partir da criao da Consecitrus, Walkimar Brasil comentou que So Paulo ainda representa 80% da laranja produzida no Brasil e pode-se dizer que 90% do suco exportado sai de So Paulo.
?O Consecitrus j uma solicitao do produtor h muito tempo, espelhado no Consecana. Acontece que, com essa queda de produo, no Brasil e tambm nos Estados Unidos, os preos foram para cima, ento neste momento quem est mais interessada na implantao do Consecitrus a indstria, mas o interessante, na verdade, que o produtor tenha uma participao efetiva nas decises do Consecitrus?, analisou Walkimar Brasil.
No houve consenso nos debates, uma vez que a desconfiana do produtor, em todo o processo de implantao do Conselho, e o receio de mais uma vez estar sendo manipulado pela indstria, fez com que uma nova reunio fosse marcada para o dia 16 de dezembro de 2010.
Fonte: Jornal Impacto
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