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Cresce consumo de suco nos emergentes

26/08/2011
Por Fernando Lopes

Depois de praticamente uma dcada de demanda estvel e preos internacionais do suco de laranja amarrados s oscilaes da oferta, as empresas brasileiras exportadoras da commodity, que dominam cerca de 80% dos embarques globais, comeam a identificar no crescimento das vendas em pases emergentes uma sada palpvel para expandir os negcios.

Pesquisa recm-concluda confirmou a tendncia geral apontada nos ltimos anos e mostrou que o consumo de suco de laranja caiu 5,3% nos 40 principais mercados para o produto no mundo entre 2003 e 2010. Mas mostrou, tambm, um aumento de 41% no grupo formado pelos Bric (Brasil, Rssia, ndia e China) e pelo Mxico, alm de saltos expressivos em pases como Marrocos (743%), Argentina (358,2%) e Indonsia (212,8%).

Como todos esses emergentes compem a lista dos 40 maiores pases consumidores de suco de laranja, sem eles a queda de 2003 a 2010 de todo o grupo teria sido maior. Os dados da pesquisa foram levantados pela multinacional sueca de embalagens Tetra Pak, compilados pela empresa de pesquisas Euromonitor e organizados pelo Centro de Pesquisa e Projetos em Marketing e Estratgia (Markestrat), sediado em Ribeiro Preto (SP).

Para as grandes exportadoras (Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus) reunidas na Associao Nacional dos Fabricantes de Sucos Ctricos (CitrusBR), ainda cedo para comemorar, uma vez que, apesar das boas taxas de incremento, o consumo nos emergentes ainda pequeno. Mas para o especialista Marcos Fava Neves, membro do conselho do Markestrat e autor de diversos livros sobre o segmento, a persistente curva de alta nesses pases de renda mais baixa, sobretudo nos dois ltimos anos, abre, sim, boas perspectivas de longo prazo.

"Ainda que a tendncia liderada pelos Bric seja mesmo de acelerao do ritmo de expanso, mesmo que o consumo dos emergentes dobre nos prximos oito anos, no ser suficiente para compensar a queda dos mercados tradicionais para o suco brasileiro", afirma Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR.

Em 2010, segundo a pesquisa, os Bric e o Mxico consumiram, juntos, 267 mil toneladas equivalentes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em ingls), menos de 12% do total dos "40 mais". Nos outros 35 pases da lista, encabeados por Estados Unidos e Alemanha, o volume total chegou a 2,021 milhes de toneladas. Os demais emergentes cuja demanda domstica cresce forte esto entre esses 35 pases, mas tm bases de partida ainda mais baixas. No Marrocos, o consumo atingiu pfias 6 mil toneladas em 2010. Na Argentina, chegou a 17 mil; na Indonsia, a 8 mil.

Alm disso, ressalta Lohbauer, h obstculos importantes para que o Brasil consiga ampliar as exportaes para alguns dos pases emergentes onde o consumo est em ascenso. Um bom exemplo a China. O crescimento do consumo no pas foi de 99% entre 2003 e 2010, para 88 mil toneladas, mas h aportes em curso na expanso da produo local de laranja e planos ambiciosos para a exportao de suco.

Lohbauer observa que a produo chinesa de laranja j rivaliza com a da Flrida, que rene o segundo maior parque citrcola do mundo (atrs de So Paulo, onde esto baseadas as exportadoras brasileiras), e que a capacidade de processamento do pas alcana 20 mil toneladas de suco por safra e est ociosa. A demanda chinesa, como a de outros emergentes, puxada por compras de suco de laranja integral para uso diludo em outras bebidas mais baratas, como nctares e refrescos. Em grande medida, foi a proliferao mundial desses "concorrentes" mais baratos que travou o consumo de suco de laranja na ltima dcada.

O Valor apurou com outra fonte ligada s indstrias que, alm disso, os critrios microbiolgicos da China no controle das importaes, que medem aspectos como o nvel de bolores e leveduras, so rigorosos demais diante dos padres internacionais. Para essa fonte, trata-se de um sinal de que sempre haver motivos para embargos, e que essas travas podem ser usadas para controlar a relao entre oferta e demanda.

No caso da ndia, diz o dirigente, a infraestrutura para transporte e distribuio de um produto que exige refrigerao como o FCOJ precria. Para a Rssia, as exportaes brasileiras j chegam pelo porto de Roterd, na Holanda, e seguem por caminhes, em tanques - o que encarece a carga -, enquanto o Mxico cresce no segmento favorecido pelos EUA, que taxam o suco brasileiro e favorecem o produto do vizinho. Apesar de grandes produtores, os americanos tambm so tradicionais importadores de volumes menores de suco.

"Ainda cedo para as empresas brasileiras repetirem a estratgia de sucesso adotada em seus mercados tradicionais e investirem em infraestrutura de transporte e distribuio nos emergentes, pois os volumes no justificam. Mas, sobretudo nos dois ltimos anos, os emergentes comearam a compensar os pases desenvolvidos, e no futuro esses aportes podero acontecer como parte do redirecionamento estratgico de toda uma cadeia", diz Fava Neves.

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