A estiagem ocorrida em grande parte das regi?es produtoras at? meados de outubro d? lugar a chuvas irregulares a partir de novembro, refletindo uma combina??o do aumento sazonal da umidade e da tend?ncia de tempo seco provocada pelo fen?meno La Ni?a, de acordo com meteorologistas. Lavouras localizadas em ?reas com clima semi-?rido, como o sert?o da Bahia e o norte de Minas Gerais, podem ser especialmente afetadas pela intermit?ncia das chuvas, de acordo com Celso Oliveira, meteorologista da Somar. O problema n?o ? quanto vai chover, mas quando vai chover. Voc? pode ter as chuvas de um m?s em um dia e ficar sem chuvas no restante do per?odo, segundo Oliveira. Segundo o meteorologista, na Bahia, deve haver bastante irregularidade em rela??o ?s chuvas, o que poderia trazer s?rios riscos ?s safras de ciclo curto, como a do feij?o. Culturas com um ciclo de cultivo mais longo, como a soja e o algod?o, n?o devem passar por grandes problemas. Na por??o norte do Esp?rito Santo, a situa??o tamb?m deve ser de chuvas err?ticas. A previs?o ? de normaliza??o, mas a situa??o ? parecida com a da Bahia e a do norte de Minas Gerais. O norte capixaba teve chuvas favor?veis durante a ?poca da florada das lavouras de caf? robusta, em agosto, e tamb?m durante setembro. Atualmente, por?m, a regi?o sofre com uma seca que se estende desde meados de outubro. A escassez prolongada representa um perigo potencial para a safra. O cultivo de caf? ar?bica da regi?o Sudeste, cujo florescimento foi despertado tardiamente no final do m?s passado com a chegada das chuvas, tamb?m devem ser afetados pela irregularidade na distribui??o das chuvas. A regi?o Sudeste corre o risco de ter temporais seguidos de per?odos bem secos. Isso n?o ? interessante para o caf? e pode se repetir at? janeiro do ano que vem, segundo Mozar de Ara?jo Salvador, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Outra conseq??ncia da baixa umidade provocada pelo La Ni?a foi o atraso do plantio da soja nas ?reas produtoras, o que poderia interferir tamb?m na semeadura do milho safrinha, que ocorre logo ap?s a colheita da oleaginosa. Por conta da seca que se prolongou em parte do Mato Grosso, Goi?s, Paran? e outros Estados, os produtores de soja foram obrigados a esperar pela chuva, atrasando o plantio em um m?s, segundo Ara?jo, acrescentando que os agricultores t?m intensificado o trabalho para tentar recuperar o tempo perdido. De acordo com Oliveira, da Somar, a previs?o ? de normaliza??o do regime de chuvas sobre as regi?es produtoras de soja. Oliveira alertou para um potencial crescimento da incid?ncia de ferrugem durante os meses de ver?o, devido ao aumento da umidade, assim como para problemas no momento da colheita da soja precoce, em fevereiro, por conta da ocorr?ncia de chuvas. A previs?o para a regi?o Sul do Brasil, segundo o meteorologista, ? de chuvas mais escassas no fim do ano, o que poderia afetar a produ??o agr?cola local. A produ??o observada no ano passado em toda a regi?o dificilmente ser? verificada neste ano. Principalmente no Rio Grande do Sul, segundo Oliveira. O clima foi bastante favor?vel para o desenvolvimento das lavouras na safra passada. No entanto, para Ara?jo, do Inmet, as frentes frias que antes estacionavam sobre a regi?o, provocando temporais, agora devem avan?ar sobre as demais ?reas do territ?rio. Isto diminuir? a intensidade das chuvas, mas n?o deve comprometer a atividade agr?cola de forma preocupante. O fen?meno clim?tico La Ni?a ? caracterizado pelo resfriamento anormal das ?guas do Oceano Pac?fico, que interfere no clima brasileiro, e deve durar at? mar?o de 2008. Fonte: Reuters. Revisado por Carlos Cogo Consultoria Agroecon?mica.