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A CITRICULTURA EM RISCO – O PESADELO DO GREENING

18/12/2008

 O Brasil, desde o in?cio da d?cada de 90, mant?m-se como o maior produtor mundial de laranja, sendo respons?vel por 80% do com?rcio internacional de suco de laranja. Para essa produ??o, avaliada em US$ 900 milh?es, gastam-se cerca de US$ 410 milh?es em insumos agr?colas, movimentando aproximadamente US$ 1,5 bilh?o com a venda de produtos citr?colas, entre sucos e frutas frescas.

A contribui??o da regi?o sudeste, especificamente a do estado de S?o Paulo, ? avaliada em 80% da produ??o nacional de frutos c?tricos; possuindo cerca de 34 milh?es de plantas em forma??o e 164 milh?es de plantas c?tricas dedicadas ? produ??o industrial. Com a referida capacidade, tornou-se respons?vel por 97% das exporta?es brasileiras. Este mercado destina cerca de US$ 3,5 bilh?es por ano de divisas para o pa?s, gerando aproximadamente 400 mil empregos.

Com o avan?o da tecnologia no campo no final do s?culo XIX, as plantas c?tricas passaram a ser multiplicadas por enxertia no Brasil, o que trouxe grandes vantagens em termos de precocidade e uniformidades dos pomares. Por outro lado, diminuiu a variabilidade, que aliado ? grande demanda pelas cultivares atualmente em uso como copas e porta-enxertos, tornaram a cultura de citros um alvo constante de in?meras pragas e doen?as que, encontrando condi?es favor?veis ao seu desenvolvimento, s?o capazes de causar danos irrevers?veis ao setor produtivo. Dentre estas doen?as est? inserida a Greening, ou Huanglongbing (HLB), cuja prov?vel origem seja a ?sia, mas se encontra tamb?m na ?frica e nos EUA. No Brasil o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) relatou o aparecimento da doen?a nos pomares paulistas em julho de 2004.

A Greening tem como agente causal uma bact?ria que habita o floema da planta hospedeira sendo conhecida como Candidatus Liberibacter ssp. H? tr?s varia?es para esta bact?ria, Candidatus Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter asiaticus e, a mais recentemente descoberta, Candidatus Liberibacter americanus que apresenta mais de 93% de similaridade com a asi?tica e africana.

Os pesquisadores acreditam que no Estado de S?o Paulo o vetor da doen?a seja a Diaphorina citri, um pequeno inseto que mede de tr?s a quatro mm e que ? comum nos pomares brasileiros e na planta ornamental conhecida como falsa murta (Murraya paniculata). Esta hip?tese ? baseada no que ocorre com o Greening nos pa?ses asi?ticos, regi?o em que a doen?a ? transmitida pelo mesmo inseto.

Os sintomas da Greening s?o basicamente os mesmos, independente de onde ocorra ? doen?a e do variante da bact?ria. As ?rvores afetadas t?m como sintoma inicial o surgimento de um ramo ou galho, que se destaca pela cor amarela em contraste com a colora??o verde das folhas dos ramos n?o afetados. As folhas amareladas, ou sintom?ticas, apresentam colora??o amarela p?lida, contrastando com ?reas de cor verde, formando manchas irregulares, ou cloroses assim?tricas. A bact?ria aloja-se no floema, e por ser uma doen?a que atinge o transporte de seiva elaborada, todo o metabolismo da planta pode ser afetado. As plantas doentes tendem a derrubar folhas e frutos precocemente, al?m de produzirem frutos deformados imprest?veis para comercializa??o. Em casos severos, inviabilizam economicamente grandes ?reas produtivas.

Atualmente a Greening ? a doen?a mais temida entre os produtores de laranja por n?o possuir qualquer tipo de cura ou tratamento. A preocupa??o com a doen?a ? intensificada pela sua alta capacidade de dissemina??o e por ser observado que todas as variedades comerciais de laranjeiras s?o suscept?veis ? infesta??o.

6 a 36 meses. Durante este per?odo que a planta doente assintom?tica, ou ainda, com sintomas pouco expressivos, permanece no pomar, tornando-se um propagador invis?vel da doen?a, pois mant?m o da in?culo da doen?a. Isto ? um fator extremamente relevante, j? que a proximidade f?sica entre ?rvores sadias e ?rvores com a bact?ria inoculada aumenta a taxa de prolifera??o da doen?a. Avalia?es do Fundecitrus estimam que no campo para cada ?rvore sintom?tica existam mais duas em fase assintom?tica. Este fato, aliado ao vetor ser um inseto alado, tem como conseq??ncia a alta taxa de propaga??o da doen?a.

O controle do vetor com pulveriza?es a?reas, ou mesmo com inseticidas sist?micos, retarda um pouco a velocidade de propaga??o, mas est? longe de resolver o problema. Al?m disso, as pulveriza?es a?reas levam a graves problemas ambientais, como a gera??o de insetos resistentes aos agroqu?micos utilizados e a diminui??o da popula??o de insetos, como abelhas, essenciais para poliniza??o de v?rias plantas. Portanto, a forma atual de controle da doen?a, al?m de ineficiente, faz da citricultura um sistema de produ??o n?o sustent?vel a m?dio e longo prazo.

Al?m disso, os sintomas da Greening s?o muito similares aos sintomas de defici?ncia nutricional como de zinco, por exemplo, o que dificulta a inspe??o visual e adiciona certo grau de subjetividade aos diagn?sticos.

30 a 60%, ou seja, em torno da metade das plantas sintom?ticas sejam mantidas no campo por falhas na inspe??o.

At? 2008 j? foram erradicadas tr?s milh?es de ?rvores sintom?ticas, implicando na perda de 5,5 milh?es de caixas de laranja ao ano, o que corresponde aproximadamente a uma perda anual de R$ 50 milh?es para os produtores. O impacto destas perdas para ind?stria do suco de laranja ? ainda maior. Este esfor?o de erradica??o na fase sintom?tica n?o tem resolvido o problema, pois a doen?a tem mostrado um crescimento exponencial no tempo nas ?reas contaminadas. De acordo com o levantamento da doen?a realizado em abril deste ano pelo Fundecitrus, a Greening j? est? em 18,57% dos terrenos plantados do parque citr?cola de S?o Paulo.

10.00 a US$ 50.00 respectivamente, e um laudo definitivo que pode demorar em torno de 20 dias. Estes fatores inviabilizam an?lises de rotina em ?reas produtivas com milhares de ?rvores de Citros.

Uma forma concreta de minimizar as falhas por inspe??o visual e controlar a prolifera??o da doen?a seria o desenvolvimento de uma metodologia cient?fica capaz de diagnosticar a Greening precocemente que pudesse ser aplicada em larga escala em todas as ?rvores de todos os pomares brasileiros.

Neste contexto, a Embrapa Instrumenta??o Agropecu?ria, em parceria com v?rias institui?es nacionais e internacionais, est? realizando um esfor?o de pesquisa visando disponibilizar para o setor produtivo um sistema economicamente vi?vel para o diagn?stico precoce de Greening (HLB). Este projeto poder? contribuir significativamente para a elabora??o de diretrizes de a??o governamental para o controle efetivo da doen?a em pomares brasileiros.

 

D?bora Milori

Data Edi??o: 18/12/08   

Fonte: Embrapa Instrumenta??o Agropecu?ria   


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