06/01/2011O gráfico abaixo, que já apresentamos em diversas ocasiões, explica porque a
industria insiste em balizar os preços da laranja pela Bolsa de NY e pelos
preços por ela declarados como preços de venda.
O gráfico demonstra
que o preço do suco ao consumidor e o preço do suco na Bolsa seguiam a mesma
tendência até o inicio da década de 90, quando a cartelização do setor provocou
o descolamento dos preços. Os preços do suco ao consumidor aumentaram enquanto o
preço do suco na Bolsa, que baliza o preço do suco a granel e a remuneração do
citricultor caíam. Este movimento que continua até os dias atuais, como se vê no
gráfico abaixo onde o preço do FCOJ que correspondia a cerca de 50% do preço
final do suco ao consumidor no inicio da década de 90, passou a corresponder a
cerca de 17%, e teve como conseqüência um grande aumento de margens para os
demais elos da nossa cadeia produtiva às expensas do citricultor e do
consumidor.
Este gráfico desmente também as informações da industria,
corroboradas pelos cientistas do Markestrat, de que o aumento de preço do suco
ao consumidor, e a conseqüente queda de demanda em alguns mercados, foi
decorrência do aumento do preço da matéria prima e não da atuação dos cartéis e
da concentração e verticalização do setor industrial e de varejo.
Fica
claro também porque a industria não aceita balizar os preços pagos aos
produtores ao preço do suco ao consumidor o único preço realmente transparente e
não manipulável da nossa cadeia produtiva.
A industria sinaliza de forma
clara a intenção de manter o FCOJ no patamar de US$1500/t que inibiria a entrada
de novos concorrentes no setor e manteria a competitividade do suco de laranja
em relação aos outros sucos de frutas. Isto implicaria em remunerar a caixa de
laranja a US$4!