- Terça-Feira 07 de Maio de 2024
  acesse abaixo +
   Notícias +


Produtor de laranja prevê aumento de preço ao consumidor no Brasil

16/12/2011
Alta seria reflexo do desestímulo à produção independente após fusão de fábricas de suco.
16/12/2011 - 10:04
EPTV.com - Clayton Castelani



A concentração da produção de suco de laranja em apenas dois grupos empresariais pode resultar em aumento de preço para o consumidor da fruta no Brasil. O problema seria um reflexo do desestímulo à produção nas pequenas propriedades rurais devido aos baixos preços pagos pela indústria.

Essa seria uma consequência tardia da aprovação na quarta-feira (14) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da fusão entre as empresas Citrosuco e Citrovita, que passarão a ser o maior fabricante do mundo superando a Cutrale, com quem já dividem praticamente 100% do mercado.

A previsão de alta nos preços é da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), cuja avaliação é que os pomares que não pertencem às fábricas serão gradativamente substituídos por plantações mais rentáveis como a da cana-de-açúcar no interior de São Paulo, região responsável pela quase totalidade da safra nacional.

No curto prazo isso é bom para o consumidor, que paga mais barato. Mas, no momento que o citricultor abandonar o mercado, o preço vai pular, explica Flávio Viegas, presidente da Associtrus.

A declaração de Viegas está associada ao custo de produção por caixa de laranja de 40,8 quilos no Estado R$ 18,60 e o valor pago ao produtor independente, que é de R$ 10. Existe um custo de produção e quem está pagando são os donos dos pequenos pomares. Se eles saírem, quem vai pagar é o consumidor.

Viegas aposta que se somente as plantações próprias das indústrias existirem, o volume excedente de frutas, que é o que abastece o mercado brasileiro, será menor e consequentemente mais caro.

Dos 375 milhões de caixas colhidas em 2011, cerca de 340 milhões foram destinadas às fabricantes de suco pronto produto integralmente destinado à exportação e que tem pouca procura entre os brasileiros.

Mesmo os 35 milhões de caixas consumidas pelo mercado interno basicamente composto por consumidores da fruta in natura sofrem influência da indústria e isso tornaria inviável uma negociação paralela entre citricultores e os grandes varejistas, por exemplo.

A indústria costuma destinar aquilo que excede à necessidade dela aos mercadistas, que também mandam para as fábricas o que sobrou nas gôndolas e não está mais adequado para a venda. Não existe essa separação entre os mercados [interno e externo], porque a própria indústria não deixa, argumenta Viegas.

Outro lado

Antecipando-se às críticas, Citrosuco e Citrovita já haviam refutado a ideia de utilizar a fusão, anunciada em 2010, para adotar práticas predatórias em relação aos produtores independentes de laranja. As empresas informaram, por meio de uma nota, que pretendem estimular o desenvolvimento e crescimento da citricultura brasileira, gerando valor por meio de parcerias com esses produtores.

Em maio de 2011, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), já havia concluído que a influência da companhia resultante da fusão no mercado de laranja in natura é improvável devido ao grande número de produtores e que, além disso, quase que toda a produção de suco de laranja é exportada.

Existem cerca de 10 mil produtores de laranja no Estado de São Paulo. Desse total, segundo a Associtrus, 99% são independentes. Mas, em relação a esse dado, os citricultores alegam que 65% da safra de 2011 veio dos grandes pomares que normalmente pertencem às indústrias.

<<Voltar << Anterior


Indique esta notícia
Seu nome:
Seu e-mail:
Nome Amigo:
E-mail Amigo:
 
  publicidade +
 

Associtrus - Todos os direitos reservados ©2023

Desenvolvido pela Williarts Internet
Acessos do dia: 581
Total: 3.933.888