02/08/2007
Em uma tentativa de tomar as r?deas e ordenar as discuss?es em torno do estabelecimento de uma "agenda positiva" para a citricultura paulista, o Secret?rio de Agricultura e Abastecimento do Estado, Jo?o de Almeida Sampaio Filho, convidou as grandes ind?strias de suco de laranja com opera?es espalhadas pelo interior (Cutrale, Citrosuco, Louis Dreyfus Commodities e Citrovita) para uma reuni?o fechada na pr?xima segunda-feira. Na pauta, disse Sampaio ao Valor, estar?o quest?es como as amea?as sanit?rias aos pomares, o desejado aumento das vendas no pa?s e a abertura de novos mercados para o produto no exterior. Tais assuntos, considerados fundamentais pelo secret?rio, v?m sendo deixados em segundo plano por conta das investiga?es de um suposto cartel entre as empresas por parte da Secretaria de Direito Econ?mico (SDE) do Minist?rio da Justi?a e tamb?m em raz?o das desgastantes negocia?es entre citricultores e ind?strias para o reajuste dos pre?os de fornecimento da fruta para a produ??o da bebida. "N?o discutirei essas quest?es [cartel e pre?os]. Quero olhar para frente", afirmou Sampaio. Al?m das quatro maiores ind?strias do pa?s, a Montecitrus tamb?m foi convidada para o encontro de segunda. O secret?rio avalia realizar reuni?o semelhante com os produtores de laranja, mas disse que com eles mant?m contato permanente e que, assim, as posi?es est?o claras. A express?o "agenda positiva" n?o ? nova. Passou a ser usada com freq??ncia nas discuss?es de pre?os do ano passado - em reuni?es promovidas pela Federa??o da Agricultura do Estado de S?o Paulo (Faesp) e mediadas pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP) - e voltou a emergir no in?cio do ano, depois que os produtores ligados ? Faesp entraram em acordo com Cutrale e Louis Dreyfus e estabeleceram um piso de US$ 4 por caixa de 40,8 quilos nos contratos de longo prazo. O reajuste decorreu da disparada dos pre?os do suco no exterior ap?s os problemas de oferta na Fl?rida, mas passou a ser considerado insuficiente pelos citricultores por causa da cont?nua queda do d?lar e do aumento dos custos. Nesse contexto, no dia 4 a Faesp se reuniu com Cutrale e Louis Dreyfus para tratar da "agenda positiva" e as conversas migraram, para descontentamento das empresas, novamente para pre?os. Nas mais recentes reuni?es na Faesp a Associa??o Brasileira de Citricultores (Associtrus), ativa no processo de investiga??o do suposto cartel entre as ind?strias, n?o participou. No encontro do dia 4, houve sinais de que um novo piso, de R$ 8 por caixa, poder? ser adotado, mas as ind?strias deixaram claro que o mercado mudou, j? que os pre?os internacionais, apesar de ainda atraentes, recuaram quase 20% nos ?ltimos doze meses. Na safra 2006/07, encerrada em junho, os embarques totais de suco de laranja (incluindo o produto concentrado e o n?o-concentrado), renderam US$ 2,017 bilh?es, ante US$ 1,209 bilh?o do ciclo anterior, conforme a Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex). Valor Econ?mico - 02/08/2007 Fernando Lopes