05/12/2007
Marli Lima ? Valor Econ?mico
05/12/2007
Um grupo de empresas do Paran? ligadas ? agroind?stria e ao segmento hoteleiro est? apostando na diversifica??o de suas atividades e investindo R$ 9 milh?es para iniciar o plantio de laranja em uma ?rea de 409 alqueires arrendada por 20 anos no munic?pio de Cruzeiro do Oeste, situado no noroeste paranaense.
Trata-se do in?cio de mais um projeto de citricultura no Estado, que conta com tr?s unidades processadoras, todas em ritmo de expans?o gra?as ? aquecida demanda externa por suco, commodity que segue com pre?os elevados.
A atividade foi iniciada no Paran? pela cooperativa Cocamar, de Maring?, em meados dos anos 1980. Depois vieram a Citri Agroindustrial, de Paranava?, e a cooperativa Corol, de Rol?ndia.
Agora ? a vez da Agrocitros, que tem como s?cios, entre outros, a Latco Alimentos e as av?colas Can??o, Jaguafrangos e Felipe. O novo projeto prev? o plantio de 2,5 mil alqueires de laranja no prazo de sete anos, por meio de parcerias com produtores, arrendamentos e uso de ?reas pr?prias dos s?cios.
"J? estamos plantando", afirmou Ciliomar Tortola, diretor industrial e s?cio da Frangos Can??o. Fundada em 1992, a empresa tem capacidade para abater aproximadamente 210 mil aves por dia.
O empres?rio contou que a f?brica de sucos deve ser constru?da em seis anos, a partir de mais R$ 8 milh?es em investimentos. Por isso foi feita uma parceria para que as primeiras laranjas a serem colhidas sejam esmagadas na Citri.
Antes disso a Agrocitros quer construir dez avi?rios pr?ximos aos pomares, para integrar as duas atividades. O esterco das aves servir? para adubar o laranjal. A constru??o de um abatedouro para frangos tamb?m est? nos planos. "O 'bicudo' deu tudo pra gente e vamos continuar a investir nele", brincou Tortola.
A Citri s? poder? esmagar laranja para a Agrocitros porque em agosto dobrou sua capacidade, que atingiu 4 milh?es de caixas de 40,8 quilos de laranja por ano a partir de uma aporte de US$ 1,5 milh?o. Antes a empresa tamb?m tinha de levar parte de sua mat?ria-prima para ser processada na Corol, distante 120 quil?metros.
A diretora administrativa e financeira da Citri, Elizette Colins, contou que a capacidade atual de produ??o ? de 16 mil toneladas de suco por ano. Segundo ela, h? ?rea plantada para chegar a isso, mas algumas ?rvores est?o novas e devem atingir a capacidade em 2009.
Mas a empresa prev? novas amplia?es nos pr?ximos anos. "Temos uma demanda que n?o conseguimos atender. Queremos passar de 4 para 10 milh?es de caixas at? 2014", adiantou a executiva.
Formada em 2000 por um grupo de fornecedores da Cocamar, a Citri processou a primeira safra em 2001. Ela exporta 100% da produ??o para a Europa, Austr?lia e Canad?. Tem 60 acionistas, todos produtores de laranja. Em 2007, produzir? 10 mil toneladas de suco, ante 9 mil toneladas em 2006.
J? a Corol aposta no aumento da produ??o de suco de laranja e na diversifica??o de sabores. A cooperativa come?ou a esmagar laranja em 2001. No ano passado, passou a fazer suco de uva e em breve apostar? tamb?m em abacaxi e maracuj?.
No caso da laranja, a Corol exporta 90% da produ??o, que ser? de 7,3 mil toneladas este ano, resultado do processamento de 1,8 milh?o de caixas da fruta. O restante vai para engarrafadores nacionais.
O gerente do departamento de fruticultura da Corol, Benno Roes, contou que para 2008 s?o esperadas 8 mil toneladas de suco concentrado e que a meta para 2010 ? chegar a 20 mil, o dobro da capacidade instalada atual. O investimento para a duplica??o vir? em 2009. Em 2006, o grupo aplicou US$ 2 milh?es para come?ar a processar uva r?stica.
No primeiro ano, a Corol fez 100 toneladas de suco de uva, para o mercado interno. Agora, prev? 250 toneladas, mas a capacidade instalada ? para 1,5 mil toneladas de suco concentrado. Roes acrescentou que a ind?stria da cooperativa exigir? poucos recursos para a amplia??o.
O associado da Corol entrega laranja de junho a dezembro, e em maio recebe o resultado da opera??o. Na regi?o da cooperativa h? 5 mil hectares plantados com a fruta. S?o 258 produtores espalhados por 45 munic?pios. A atividade representa 5% do faturamento da Corol, que foi de R$ 600 milh?es em 2006. Segundo Roes, todos os anos s?o plantadas mais 500 mil p?s de laranja. A produ??o come?a no terceiro ano. Com seis anos, a ?rvore ? adulta; com 20, deixa de ser competitiva.
A pioneira Cocamar, que inaugurou sua ind?stria de sucos em 1992, em Paranava?, ainda n?o ampliou suas instala?es porque perdeu fornecedores de laranja ap?s a funda??o da concorrente Citri.
O presidente da cooperativa, Luiz Louren?o, contou que trabalha com 220 produtores, que fornecer?o 3 milh?es de caixas em 2007, para a fabrica??o de 13 mil toneladas de suco concentrado. A capacidade ? para 7 milh?es de caixas anuais - 28 mil toneladas de suco.
"Estamos incorporando planta?es recentes e at? 2012 deveremos chegar ? capacidade total", informou o executivo. Por conta disso, ele estima para 2010 a necessidade de decidir por novos investimentos.
Hoje a cooperativa exporta 98% do que produz para a Europa e usa o restante para fazer suco para o mercado interno e para o Jap?o. Louren?o disse que a Cocamar tamb?m pensa em come?ar a usar no pr?ximo ano outras frutas, como uva, maracuj?, abacaxi e lim?o.
Ao lado de Sergipe, o Paran? est? entre os Estados onde o avan?o da citricultura tem servido para desconcentrar a produ??o de laranja e suco. Mesmo assim, S?o Paulo ainda domina cerca de 80% das atividades.
FONTE: VALOR
